Polêmica e 0x0 no ferro-agem
Clássico entre ferroviários e arbitragem corintiana, como
sempre, prejudicou o Expresso
Definitivamente não era jogo pra zero a zero. No primeiro
ataque Marciel Hein já recebeu às costas do lateral esquerdo em veloz contragolpe
e levantou na medida para Geverton Ost cabecear no segundo pau, defesa no susto
do goleiro com a mão e o pé simultaneamente.
O time continuou atacando e pressionando o Corinthians, com
muito mais presença ofensiva
que em jogos anteriores a despeito da velocidade dos
ataques, que costumam não ter muita troca de passes até a conclusão. Nathan
Silva entrou pela esquerda e bateu da linha de fundo
tentando surpreender o goleiro, que, já batido, voou a esmo,
assistindo à esfera chocar-se contra o travessão. Hein recebeu livre de André
Silva em outra boa troca expressana e atirou
precipitadamente por cima e desviado, quando entrava na
área.
Alguns espaços, todavia, apareciam para contra-ataques, em
especial por algumas desatenções defensivas, e em duas ocasiões o meia
adversário recebeu livre para armar com muito perigo, a primeira delas por
descuido de Ricardo Toscani e a segunda por tentativa malsucedida de José
Staudt de interceptar uma jogada na intermediária ofensiva. Mas foram as únicas
investidas fortes contra o gol boêmio-ferroviário em toda a etapa, mesmo com a
dificuldade natural enfrentada pela alteração estratégica.
Mateus Trombetta demonstrou a mesma segurança de sempre nas
intervenções que realizou, e a retaguarda esteve muito bem posicionada, com Fernando
Gutheil fechando a lateral direita, Rodrigo Dresch dando combate aos avantes, e
Artur Weiss sobrando. Nathan Silva, que cedeu alguns espaços no primeiro
período, também foi a válvula de escape mais utilizada, e por ali surgiram
ótimas progressões expressanas.
A meia-cancha funcionou com muita qualidade, desde o início
das jogadas, com Toscani, até
a armação, com Staudt e Vinícius Guimarães, ambos com muito
maior mobilidade que no jogo de estreia, servindo André Silva com espaço pra
jogar às costas dos volantes opostos ou mesmo diretamente a Hein e Ost, os dois
de boa atuação.
Uma das causas para a persistência do placar fechado ao fim
dos primeiros 45 minutos foi a arbitragem de Rodrigo, quase sempre escalado
para dirigir ferro-agens mesmo já tendo sido vetado nos dois anos anteriores
pelo clube da coruja. Não marcou duas faltas claríssimas sobre José Staudt, uma
ao lado da área e outra dentro da meia lua, uma sobre Nathan Silva, que para
recuperar-se acabou recebendo cartão amarelo ao puxar o jogador que o tinha
desarmado e que saía para ataque perigoso, e um pênalti sobre Marciel Hein. Por
outro lado minou o Expresso com faltas inexistentes, com um critério claro: o
de não ter critério...
O time teve uma perda significativa aos 10 minutos, quando
Geverton Ost sentiu o posterior da coxa e teve que ser substituído por Bruno
Rodrigues, que entrou no ataque e teve ótima atuação.
Na etapa complementar a equipe alterou a cabeça de área
devido a uma lesão de Ricardo Toscani, promovendo a entrada de Marco Viola.
Leandro Silveira entrou por volta dos 20 minutos no lugar de Gutheil, de bela
atuação defensiva, dando mais vigor ao combate no setor e impondo respeito
notável.
Tentando brilhar como o restante do grupo, Weiss, em seu
melhor lance, partiu em meio a 5 adversários empurrando a todos como se fosse
um tight-end do Green Bay Packers, clube que disputa um esporte
truculento que ovalou a bola ao longo de sua existência. Percebendo
o fracasso da iniciativa, Weiss passou a empurrar com mais
força, até cair sobre os escombros confiante de ter marcado algo tipo touchdown, o que não ocorreu de modo algum.
Com o passar do tempo o Trem Fantasma passou a dominar
totalmente o jogo, sem dar oportunidades ao Corinthians e criando chances de
gol a cada ataque. José Staudt cobrou falta com violência e o goleiro fez
defesa antológica, com a bola caindo em cima da rede; Marco Viola aparou dois
rebotes em escanteios, atirando ambos sobre a defesa, de dentro da
pequena área; Staudt desviou de cabeça cobrança de tiro de
canto e venceu o guarda-metas, bola que ia entrando quando foi salva na linha,
de cabeça, pelo zagueiro; Vinícius Guimarães serviu André Silva pela meia
esquerda dentro da área, de frente para o gol, mas Silva tentou um drible a
mais e desperdiçou a oportunidade; Carlos Fernandez, que surpreendeu ao estar
em condições físicas de atuar, assumiu no lugar de Guimarães para dar
continuidade ao trabalho pelo lado direito do losango e já
na primeira bola encontrou André
Silva atrás da retaguarda alvinegra, que cabeceou cruzado
para outra excelente defesa do arqueiro, já acossado por Bruno Rodrigues,
chegando para o rebote que cairia em seus pés. Atordoados pela pressão, os
jogadores corintianos fizeram o que alguns times fazem quando
não encontram mais o futebol: em disputa do capitão celeste
José Staudt com o defensor adversário, este mais uma vez ia ficando para trás e
foi obrigado a parar o lance com falta, evidentemente não marcada. Staudt,
então, tentou a recuperação da bola, buscando impedir a progressão do oponente que
já saía para o ataque. Cometeu a falta e ficou caído, quando, então, passou a
ser agredido verbalmente pelo rival, que, completamente transtornado, avançou
sobre o expressano. Ao chegar até onde Staudt se encontrava, pisou sobre seu
joelho esquerdo, começando a confusão que era unicamente de interesse do
Corinthians, lanterna da competição.
No bolo, Nathan Silva acabou agredido por trás covardemente
com um soco no pescoço, ficando no chão enquanto os jogadores do Corinthians
tentavam intimidar o Expresso fora da bola, já que nas 4 linhas eram dominados
absolutamente. Encerrado o tumulto, 10 minutos depois, Rodrigo inventou que o
jogador Staudt havia agredido o oponente com um chute, expulsando o meia. E ia
deixando por isso mesmo, mas depois de ser cercado pelo time da coruja decidiu
aplicar o cartão amarelo no zagueiro que havia pisado no expressano,
causando nova revolta nos jogadores azulados. No entanto,
este já havia levado o amarelo anteriormente, o que remediou a atitude
descarada do juiz, que, malandramente, foi se escafedendo da confusão sem
expulsar mais ninguém. Novamente cobrado pelos jogadores boêmios, e ajudado
pelo árbitro auxiliar Tiago, finalmente expulsou o corintiano, que devia ter
saído de campo somente com seu companheiro de clube, e não acompanhado do
capitão
ferroviário.
Com um a mais, reposicionado após alguns minutos, o Expresso
voltou à carga e tentou a vitória, e Artur Weiss quase anotou ao vencer pela
direita jogada de linha de fundo e bater de bico da entrada da pequena área por
cima. Porém os 3 minutos de acréscimo de Rodrigo terminaram com o jogo uma
década antes do que deveria, tendo havido 9 substituições e 10 minutos de
interrupção na partida, garantindo, assim, um 0x0 que convinha ao time da
organização do certame.
Expresso da Madrugada 0x0
Corinthians
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 22/03/14
Horário: 12h
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta – Fernando Gutheil, Rodrigo
Dresch, Artur Weiss e Nathan Silva; Ricardo Toscani, José Staudt(C), Vinícius
Guimarães e André Silva; Marciel Hein e Geverton Ost. (Bruno Rodrigues, Carlos
Fernandez, Leandro Silveira e Marco Viola). DT: José Staudt.
Polêmicas que fizeram a história
do clássico ferro-agem
1 - Benefícios ao Corinthians
2004 – Copa Farroupilha – Final
O Expresso chegava pela primeira vez a uma decisão. Depois
de eliminar na semifinal o Barcelona, que jogava pelo empate, com uma vitória
por 1x0, gol de José Staudt aos 39 minutos do segundo tempo, o time entrou
confiante para dar sua primeira volta olímpica. Largou com 2x0, gols de José
Staudt, e o Corinthians empatou depois de 2 pênaltis inexistentes, um deles
defendido pelo goleiro Alex Demichei. Aos 41 da segunda etapa, Staudt novamente
anotou e deu números finais ao confronto. Expresso campeão!;
2005 – Copa Farroupilha – Final
Decidindo outra vez contra o time do organizador, o Expresso
desta vez não teve chances. Com um árbitro desconhecido do campeonato, que
marcou 7 faltas em 2 lances na entrada da área para o boêmio-ferroviário e
expulsou o capitão Martin Both por reclamação quando da sétima marcação
equivocada, com o jogo em 1x1, o time alvinegro beneficiou-se da superioridade
numérica para chegar à vitória;
2007 – Copa Farroupilha – Final
No terceiro encontro decisivo entre os times, mais uma vez
arbitragem alienígena comandou
o confronto, que vinha sendo vencido pelo Expresso até os 41
do segundo tempo por 2x0. Já
sem Fábio Jorge, expulso por ter sido agredido por um
adversário, que também foi junto pra rua, os expressanos sofreram o segundo gol
aos 50 minutos do segundo tempo em impedimento inigualável. O jogo não terminou
por falta de segurança promovida pelo Corinthians, e o Expresso recusou-se a
voltar a campo na semana seguinte devido à grande possibilidade de os ânimos se
acirrarem ainda mais. Com isto o organizador declarou sua equipe campeã;
2013 – Copa UEFA – Primeira fase
Depois de estar ganhando por 1x0, o Expresso sofreu a virada
aos 45 minutos depois de não
ter sido marcada falta a seu favor, que era para expulsão
pois impediu chance clara e manifesta de o azulado anotar o gol da vitória.
Ainda assim o time chegou ao empate quando o zagueiro falhou e José Staudt
anotou gol de pênalti aos 50 minutos depois de ser derrubado quando deixaria
tudo igual. O zagueiro não foi expulso. O árbitro foi vetado pelo Expresso para
o restante da competição. O gol colocou o time na segunda fase;
2014 – Copa Farroupilha – Primeira fase
O árbitro Rodrigo novamente entra em cena. Impedindo o
Expresso de jogar e aproveitando todas as oportunidadespara beneficiar o
Corinthians, expulsou o capitão expressano José Staudt depois que este foi
agredido por um zagueiro adversário. Terminou o jogo antes da hora quando a
coruja exercia pressão avassaladora sobre o Corinthians e garantiu, assim, um
ponto ao alvinegro.
2 – Benefícios ao Expresso:
Não há casos.
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