sexta-feira, 4 de abril de 2014

Mas ainda mato um!

Mas ainda mato um!
Erros individuais e coletivos levaram o time da vitória parcial à derrota de virada ante PSG

Conforme havia sido planejado para os últimos jogos, o Expresso entrou em campo com a proposta de marcar agressivamente, jogar no erro do adversário e, com isso, diminuir os riscos contra sua própria meta.
Após alguns minutos de estudo entre os times ficaram claros erros de posicionamento da equipe, ainda que o PSG não trouxesse riscos à retaguarda. Com espaços para saída de bola proporcionados tanto por Rodrigo Gladiador quanto por Marciel Hein, uma das premissas básicas da estratégia foi esquecida, e a marcação começou a vazar. No meio, Bruno Rodrigues adiantava como havia sido solicitado pela comissão técnica, mas, sobrecarregado pela marcação recuada de Vinícius Guimarães, sentiu-se na obrigação de voltar para ajudar atrás, e os volantes ficaram liberados para armar como quisessem as jogadas de ataque dos parisienses.
O Expresso, então, começou a ter dificuldades de contenção na defesa, já sobrecarregada com a flutuação dos avantes e meias, soltos graças à desorganização defensiva, e que eram, para piorar, auxiliados pelo apoio constante do lateral direito. Assim, o quadro permitia ao oponente jogar no seu erro.
O técnico interino José Staudt tentou recuperar o controle do meio de campo ao fixar Silvio Cargnin, que se movimentava pelos dois lados do campo, na direita de ataque, anulando o lateral esquerdo. Hein, entretanto, não conseguia observar as recomendações. Porém, mesmo assim os boêmio-ferroviários abriram o placar. Em falta na intermediária, lado esquerdo, Vinícius Guimarães, aos 14 minutos, levantou a bola em direção ao tumulto. Mas levantou mesmo. Alto. Muito alto! E de tão alto, o lance ficou conhecido como chuva de granizo, quando o que vem de cima vem perigoso, sólido e, neste caso, mortal. Ela caiu como uma pedra, tocando levemente nas mãos do goleiro, que saiu pessimamente da meta, e morrendo no fundo das redes! Expresso 1x0.
O gol, entretanto, não alterou o panorama defensivo do time. Completamente perdidos na marcação, os expressanos foram cedendo espaços até que o PSG empatou em outra decisão errada do time: Artur Weiss saiu da cobertura para acompanhar o meia que recebeu na intermediária direita. Acossou-o e o fez voltar com a bola até quase a lateral, onde não matou a jogada. O meia girou, lançou nas costas da zaga, que não tinha mais cobertura e se encontrava em linha, e dois atacantes entraram no espaço vazio. Cristian Pheula e Mateus Trombetta dividiram o espaço com eles, Trombetta não conseguiu segurar a bola e ela sobrou limpa para que ocorresse o empate, aos 20 minutos.
Aos 30, no que pode ser considerado o lance mais bisonho do time até aqui na Farroupilha, Marciel Hein me pega uma bola no campo de ataque, demora para dar continuidade ao lance e tem a brilhante ideia, uma ideia quase celestial, de recuar para a defesa. Lança, assim, o centroavante atrás da linha de marcação, apenas com Mateus Trombetta à sua frente. Com tranquilidade, este apenas tem o trabalho de tocar no canto direito e virar o escore, para desespero dos companheiros de Hein.
Antes do final da etapa Fernando Gutheil, que fechava o flanco direito, foi obrigado a sacrificar-se demais para impedir o que seria o terceiro gol do PSG – ou seja, correr 5m para fazer a cobertura. Impediu o gol, mas teve de ser substituído por Rodrigo Dresch, que foi para o miolo da defesa deslocando Pheula para a lateral direita.
No intervalo os problemas foram expostos e parcialmente solucionados, com o time voltando mais atento, mais bem posicionado e soltando um pouco mais rápido a bola. Nathan Silva, então, começou a jogar mais, ajudado pela movimentação de Thiago Silva, que substituiu a Recuael Hein. Marco Viola deixou de ficar tão sobrecarregado, já que Bruno Rodrigues e Vinícius Guimarães adiantaram mais, a saída passou a vir quebrada e os homens de trás levavam vantagem no corpo a corpo. Rodrigues e Guimarães, então, tiveram melhores condições de armar lances ofensivos, e logo o Expresso começou a chegar na frente.
Cargnin recebeu na direita e cruzou com muito perigo para Dresch se antecipar à zaga dentro da pequena área, mas ela desviou no adversário e foi pela linha de fundo; Bruno Rodrigues fez lançamento preciso para Silvio Cargnin atrás da marcação e este entrou cara a cara com o goleiro rival, mas o tiro cruzado passou a milímetros do poste direito; Rodrigo Gladiador avançou pela esquerda no mano a mano com o defensor, mas foi desarmado ao tentar o drible já dentro da área quando se preparava para concluir.
O enfrentamento era franco, o time estava aberto, mas a vontade de alcançar a igualdade era maior do que o receio de sofrer o terceiro. Ricardo Toscani substituiu a Guimarães e Carlos Fernandez entrou no lugar de Viola. Fernandez ajudou a solidificar o volume de jogo que havia aumentado na etapa complementar, contribuindo com a alimentação a Silvio Cargnin e Thiago Silva. As jogadas, todavia, surgiam truncadas e o time não conseguia a chance clara de anotar, muito em função de nunca arrematar ao arco. Quase ao final, Silva foi derrubado a um passo da grande área e Cargnin cobrou com perigo, mas alto.
Para o jogo do próximo sábado o Trem Fantasma recebe os reforços de José Staudt, que estava suspenso, e André Silva, que estava fora a serviço, além das estreias de Pedro Fernandes, Bernardo e Henrique. Felipe Rodrigues ainda é dúvida, bem como Rafaelle Rosito.

Expresso da Madrugada 1x2 PSG
PT = 1x2
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 29/03/14
Horário: 10h
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta –  Fernando Gutheil, Cristian Pheula, Artur Weiss e Nathan Silva; Marco Viola, Bruno Rodrigues, Vinícius Guimarães e Marciel Hein;  Silvio Cargnin e Rodrigo Gladiador. (Carlos Fernandez, Ricardo Toscani e Rodrigo Dresch ). DT: José Staudt.
Gol: Vinícius Guimarães.


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