sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Cabeça erguida para continuar lutando

Cabeça erguida para continuar lutando

Mesmo desclassificado, Expresso joga por dignidade e faz a história da competição

        Os boêmio-ferroviários eram os únicos no grupo eliminados com uma rodada de antecipação devido às duas derrotas sofridas nas partidas iniciais do quadrangular. Apesar das boas atuações, os resultados negativos precipitaram a desclassificação da equipe, que entrou no último sábado apenas para cumprir tabela e iniciar sua preparação para a UEFA.
        Havia, no entanto, um interessante espectro rondando a partida, que poderia classificar o Gaudério com uma vitória, dependendo do resultado entre Bazar e PSG: o Expresso havia sido eliminado da UEFA 2012 pelos critérios de desempate numa estranha combinação de resultados que acabou classificando duas equipes que jogavam entre si.
        Acostumado a honrar absolutamente todos os seus compromissos com seriedade incomparável,
apresentando-se para as partidas mesmo sem o número ideal de jogadores (geralmente 13, mas às vezes com 12 e, no último jogo, exatamente com 11), e jamais desrespeitando os seus adversários, o time entrou em campo para mostrar que não levaria adiante condutas antidesportivas, e respeitaria não só o seu oponente direto, o Gaudério, valorizando ao máximo um eventual resultado positivo que este pudesse obter, como também Bazar e PSG, que poderiam, eventualmente, depender da postura ética dos expressanos.
        A partida começou com os aurirubros tomando a iniciativa do ataque, mas o Expresso equilibrou
as ações antes dos 13 minutos e a partir daí dominou amplamente a meia cancha, controlando as movimentações opostas e ditando o ritmo do encontro. O lance de maior perigo ocorreu em cobrança de falta de José Staudt, que bateu firme e o goleiro defendeu em dois tempos. O Gaudério teve, também, apenas uma, quando o filho do Everest disputou com Staudt na área e, caindo, desviou de cabeça pela linha de fundo.
        Na outra partida, Bazar e PSG se engalfinhavam por uma vaga, que ia ficando com o primeiro devido à vitória parcial que obtinha. Descansando para recuperar as escassas forças que mantinham em virtude da inferioridade numérica do grupo, os boêmios prometiam manter a dedicação e jogar também em solidariedade ao capitão Artur Weiss, lesionado gravemente na rodada anterior.
        O Gaudério voltou melhor. Abriu o time ao mesmo tempo em que o Expresso desorganizou-se
na marcação. Pressionou com lançamentos o lado esquerdo de defesa ferroviário, descuidado defensivamente desde a meia cancha. Aos 13 minutos, abriu o placar. Insistindo na ampliação do escore, o oponente seguiu em cima e o jogo tornou-se franco. Mateus Trombetta fez defesa excepcional quando o avante apareceu livre à sua frente e atirou cruzado, no chão. O goleiro estendeu a perna e rebateu com grande presença de espírito, e esta foi a última boa chegada do rival. Aos poucos, retomando o equilíbrio no gramado, o Expresso passou a ganhar terreno, adiantou a marcação e começou a levar perigo.
        Depois de ótima troca de passes pela direita, Staudt recebeu de Allison Raupp e ameaçou o arremate, levando o adversário e preparando-se para atirar da intermediária de frente para o gol quando foi derrubado. Na cobrança, bateu firme e o arqueiro rebateu para cima, ela ficou viva na pequena área e a zaga jogou pela linha de fundo depois de bate-rebate perigosíssimo. Pedro Fernandes conseguia segurar a bola na frente tendo a companhia mais próxima de Raupp, e contavam, ambos, com a aparição de Denis Kroth vindo de trás. Apesar dos erros de passe, Carlos Fernandez ajudava a ditar o ritmo do jogo, e André Silva cadenciava as jogadas ampliando a posse de bola do time. Atrás, Leandro Silveira não era jamais ultrapassado e Cristian Pheula e Marco Viola, o “novo” capitão, lacravam a área. Nathan Silva, pela esquerda, iniciou suas aventurar ao ataque.
        No jogo de fundo o PSG buscava o empate e assim eliminava o Bazar, mas ainda precisava da virada para passar adiante. Com a vitória parcial, o Gaudério estava nas semi. Porém, aos 41 minutos, na 13ª falta cobrada para a área, Fernandez levantou com perfeição. Ela passou assobiando pelo primeiro pau, caindo no lugar certo, um vazio aberto no coração da zaga. Quicou um vez, até que surgiu por trás a reluzente careca de braçadeira, homenageando o ferido Weiss que torcia de casa. Bateu de chapa, pé esquerdo nela, e estufou as redes, estabelecendo o resultado mitológico.
        O Expresso sustentou o empate com a raça de seus 13 guerreiros, 11 deles em campo mais Fernando Gutheil e Ricardo Toscani, que incentivavam de fora. Sustentou a honra do clube e da competição. Ampliou o respeito e admiração que por ele têm os seus adversários mais ferrenhos. E saiu de campo com a cabeça erguida. Para continuar lutando.


Equipe expressana fez história na Farroupilha, demonstrando raça, ética e grandeza.

Expresso da Madrugada 1x1 Gaudério
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 11/10/14
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta – Leandro Silveira, Marco Viola(C), Cristian Pheula e Nathan
Silva; Carlos Fernandez, André Silva, Denis Kroth, José Staudt e Alisson Raupp; Pedro Fernandes.
DT: fernando Gutheil e José Staudt.
Gol: Marco Viola.


Expresso da Madrugada 0x2 Bazar Mimo
PT = 0x2
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 04/10/14
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta – Leandro Silveira, Artur Weiss(C) Cristian Pheula e Nathan
Silva; Carlos Fernandez, José Staudt, Vinícius Guimarães, Alisson Raupp e Cristiano de
Souza; Pedro Fernandes. (Denis Kroth e Fernando Fernandes). DT: André Maders, José
Staudt e Marco Viola.

sábado, 4 de outubro de 2014

Vamoooo  Arthur !

Ainda dá!

Ainda dá! Derrota por 3x0 não diz o que foi o jogo e boêmios seguem vivos na briga pela vaga

        Com boa presença de atletas – a segunda maior em todo o campeonato e “sem nenhuma relação” com a passagem de fase do time –, o Expresso estava mobilizado para o dificílimo enfrentamento que teria contra a melhor equipe da Farroupilha. Com 20 pontos na parte inicial do certame, contrastando com os 43 obtidos pelos parisienses, seria fundamental neutralizar as ações do oponente para ampliar as chances de vitória, o que foi conseguido através de excelente funcionamento do sistema tático escolhido pelos jogadores na reunião realizada na casa de Marco Viola na noite da terça-feira passada.
     Jogando com duas linhas de quatro, um armador à frente da segunda linha e um centroavante, o quadro impôs-se na marcação e encolheu o campo de atuação do PSG, impedindo-o de infiltrar e obrigando-o a acelerar os lances e tentar o jogo aéreo.
      A primeira oportunidade de abrir o marcador foi inclusive do Expresso, contragolpe rápido pela esquerda em que Pedro Fernandes, substituto de Fernando Gutheil, lesionado logo aos cinco minutos de partida, tentou um drible a mais e perdeu o tempo da bola e da jogada, não conseguindo concluir; a segunda também, quando Artur Weiss subiu mais que a defesa em batida de falta de Carlos Fernandez e cabeceou no alto para grande defesa do goleiro.
      Forçando chutes de fora da área os franceses não levavam nenhum perigo à meta de Mateus Trombetta, que seguia soberano, apenas com algumas intervenções pontuais. No entanto, também o Expresso não conseguia chegar ao ataque, errando muito passes, perdendo lances fáceis ao escolher mal as jogadas, e forçando demais os movimentos ofensivos com condução de bola excessiva.
       Com o jogo encaminhando-se para o final do primeiro tempo, já nos acréscimos, numa das poucas vezes em que o time colocou a bola no chão e avançava sobre o campo contrário, José Staudt tentou passe de calcanhar para Allison Raupp e errou, cedendo a bola ao lateral direito, que imediatamente enviou-a na diagonal para o avante pelo lado esquerdo, lançamento de 50m, contra o vento. Imiscuindo-se entre Leandro Silveira e Cristian Pheula, ganhou o lance com um toque na frente, entrando cara a cara com Trombetta e desviando com categoria para abrir o escore. Era a única coisa que não poderia acontecer.
        O intervalo, que poderia ser de mobilização total para os últimos 45, visto que a equipe apresentava excelente atitude, posicionamento exemplar e aos poucos ia ganhando terreno, foi de cobranças entre os jogadores, ânimos acirrados e desconfiança. Com a intervenção dos companheiros André Maders, Araldo Neto, Fábio Negão, Martin Both e Rodrigo Dresch, a poeira foi baixando e a análise do jogo recuperou espaço. Artur Weiss saiu por lesão para a entrada de Pablo Figueroa, e o restante do time e o sistema de jogo mantiveram-se inalterados para a tentativa de buscar o empate.
        O PSG voltou esperando, enquanto um intervalo zerado poderia ter dado ao Expresso a larga vantagem de jogar nos contragolpes com muito mais espaços. Ainda assim, mais avançado, cresceu no jogo. Raupp cresceu de produção pela esquerda, e isso deu desafogo melhor por este flanco. Cristiano de Souza entrou em substituição a Vinícius Guimarães e, logo no primeiro lance, sofreu pênalti. Tentou a conclusão e então Toni, o árbitro, deixou passar; Cruzamento de Cristiano de Souza foi cortado pela defesa e caiu nos pés de Carlos Fernandez na meia esquerda, próximo à meia lua. Com frieza, rolou para José Staudt, que vinha entrando de frente para o arco, mas o arremate saiu por cima. Geverton Ost entrou no lugar de Allison Raupp e o Expresso encurralou o PSG, que só saía de trás em lançamentos, geralmente para a esquerda, onde Silveira fez partida impecável na contenção e inviabilizou vitórias pessoais em seu setor. Depois de lance confuso na área e novo pênalti não marcado, agora sobre Denis Kroth, Souza ficou com o rebote e rolou para Staudt arrematar, mas ela ricocheteou na zaga.
       O time insistia em pressionar, e a organização tática propiciava amplo controle da faixa central do gramado, permitindo que o time apertasse o adversário em seu próprio campo. Defensivamente estruturado com eficiência, devido à qualidade do PSG ainda sofria alguns sobressaltos, e Trombetta evitou em duas oportunidades que o oponente ampliasse o marcador. Faltando 15 minutos, Marco Viola, depois de escanteio, tentou impedir contra-ataque rápido quando a redonda estava com o goleiro e acabou recebendo o segundo amarelo, deixando o Expresso com 10. Entretanto, a inferioridade numérica não logrou terminar com a valente pressão boêmio-ferroviária, praticamente partindo para o tudo ou nada.
        Kroth fez novo lance pela direita e foi derrubado, falta que José Staudt bateu no ângulo, mas o goleiro fez ótima e segura defesa; depois de lançamento de Staudt para Ost atrás da zaga, pela esquerda, este ganhou do marcador e cruzou rasante para Cristiano de Souza, sozinho. O zagueiro, desesperado, utilizou-se de um último expediente para tentar livrar-se do perigo e cortou com violência contra a própria meta, bola que não entrou por milagre, saindo caprichosamente pela linha de fundo, por sobre o gol; na cobrança, Fernandez levantou com perigo, a bola bateu no defensor e ficou viva na pequena área, quando foi tirada do bolo novamente para Fernandez, que recolocou-a para o meio, mas muito forte e ela passou por elevação.
       A cinco minutos do fim, então, o PSG matou o jogo com outro lançamento, desta vez atrás de Nathan Silva. O avante dominou e chutou para o meio, onde o centroavante completou sem chances para Mateus Trombetta. Já nos acréscimos saiu o terceiro gol, de novo com espaços pela esquerda de defesa e cruzamento para a definição com categoria do centroavante rubro-marinho.
       No próximo sábado, 9h30, os expressanos entram em campo para decidirem seu futuro na Copa Farroupilha. Com atuações mais marcantes na UEFA nos últimos anos, os boêmios obtiveram nesta edição a classificação que não veio em 2013, e precisam de um resultado positivo para brigar na última rodada pelo título do grupo. O adversário será o Bazar Mimo, tradicional rival, partida que costuma ser de grande qualidade e empenho por parte de ambos os quadros, e que terminou, no turno inicial, com vitória dos rubro-negros por 6x3, momento em que o Expresso iniciou sua sequencia de 4 jogos invicto, sendo 3 vitórias.

Expresso da Madrugada 0x3 PSG
PT = 0x1
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 27/09/14
Horário: 11h30
Copa Farroupilha

Escalação: Mateus Trombetta – Leandro Silveira, Artur Weiss(C) Cristian Pheula e Nathan Silva; Carlos Fernandez, Marco Viola, Vinícius Guimarães, Alisson Raupp e José Staudt; Fernando Gutheil. (Cristiano de Souza, Denis Kroth, Geverton Ost, Pablo Figueroa e Pedro Fernandes). DT: José Staudt e André Maders.