domingo, 29 de março de 2015

Com trilho ou sem trilho, vamos passar!


Por José Staudt

 Com trilho ou sem trilho, vamos passar!
 Equipe demonstra potencial sólido para avançar, mas os resultados ainda não surgiram

     Pela segunda partida consecutiva na Farroupilha o Expresso dominou amplamente o adversário, desta feita o Racing, mas saiu de campo com um placar inesperado. A derrota por 4x2 ainda mantém o time na zona de classificação à etapa seguinte, e o jogo deste sábado, 15h30 ante o Pirapora, é decisivo por tratar-se de adversário direto, que pode ser deixado para trás com uma vitória.
     Bem colocados em campo, com posicionamento avançado e toque de bola consciente, os comandados do agora promovido Vinícius Guimarães, ex-auxiliar técnico e meia expressano, exerciam forte predomínio territorial e chagavam com facilidade ao ataque nos movimentos iniciais do encontro. Depois de tentar pelos dois lados, foi em lance de infiltração que Cristian Pheula foi derrubado nas proximidades da meia-lua, um pouco mais pela direita. Carlos Fernandez e José Staudt posicionaram-se para a cobrança, executada por Staudt contra o arco, goleiro que já saiu batido para a bola. Ela explodiu no travessão e caiu um passo à frente da linha fatal, sobrevoando no retorno a cabeça de Pablo Figueroa e sendo rechaçada pela defesa no que já poderia ter sido a abertura do escore pelos boêmio-ferroviários.
     Melhor que o Racing, conquistando escanteios e faltas laterais, o quadro sofreu duro golpe quando Marco Viola, famoso por seu curioso caso de rejuvenescimento diário, teimou em segurar demais a esfera em frente à área, perdendo-a para o atacante contrário e possibilitando ao Racing que fizesse 1x0.
     Sem se abater, a representação noctívaga continuou martelando o oponente, variando as jogadas de um flanco ao outro. Marco Viola já havia quase anotado em cabeceio no segundo pau quando, em movimentação antológica, com a participação dos três setores, o time chegou pela direita depois que Paulo de Tarso serviu Leandro Silveira em progressão, já na intermediária alviazul. Com precisão milimétrica, o irmão quadrigêmeo de Viola, Martin Both e Fabiano Buzzetto levantou na medida para Pheula subir entre os zagueiros e testar para o meio do gol, empatando o jogo em 1x1.
     Depois do tento o Expresso apertou ainda mais, e em duas oportunidades vivíssimas desperdiçou a chance de virar o embate, o que teria sido valiosíssimo para dar maior tranquilidade na etapa complementar. Cristian Pheula foi quem teve o gol à feição, primeiro ao passar em velocidade pelo zagueiro e concluir sobre o goleiro da entrada da pequena área, e depois ao bater a linha de impedimento, driblar o guarda-metas e arrematar fraco, perdendo o gol devido à recuperação do defensor, que salvou sob os paus.
     A retaguarda estava bem postada e poucas foram as vezes em que o Racing preocupou, mas quando o fez Mateus Trombetta interveio com segurança.
No segundo tempo, contra o vento e com muitas trocas, o Expresso demorou para se encontrar, e antes que pudesse fazê-lo levou o segundo, gol de contragolpe rápido que ainda tocou em Viola antes de entrar.
     Se assentando aos poucos e entrando no ritmo da partida, os suplentes passaram a dar novo fôlego ao Trem Fantasma, com Rodrigo Fábio pela lateral direita e Pedro Fernandes mais à frente, pela esquerda. E logo em seguida, em mais uma carga trabalhada de um lado para o outro, Felipe Rodrigues trouxe a redonda para o miolo, passando por dois adversários e tentando o passe às costas da defesa para José Staudt. O zagueiro conseguiu o corte, mas ela caiu para Cristian Pheula, que recolheu, segurou e, aí sim, achou Staudt livre na linha da zaga. O meia boêmio adiantou-a e desceu o pé, fazendo-a atravessar o goleiro no meio do gol, repondo a igualdade no placar.
     O jogo pendeu novamente para o Expresso, agora mais do que nunca em busca da virada. Com o cansaço de Tarso, Allison Raupp, que entraria no lugar de José Staudt, substituiu ao cabeça de área e passou a fazer companhia a Sérgio Raupp na meia, com Dartagnan Toscani no comando de ataque e Cristiano de Souza na direita, mais pelo flanco. Surpreendentemente, porém, o Racing conseguiu pular na frente de novo em gol de falta inexistente que contou com a ajuda do vento, chute que saiu bem no cantinho e foi ainda rebatido por Trombetta, mas não o suficiente para desviá-la da meta. O goleiro azulado bateu-se contra o poste e desabou sangrando, imediatamente socorrido pelos companheiros com um corte substancial na cabeça. Precisando de cuidados médicos, foi substituído por Araldo Neto e encaminhado ao HPS.
     Por este motivo Mateus Trombetta não estava presente quando o Racing conseguiu, depois de escapar de grande pressão por mais de 15 minutos, em que o Expresso martelou, lançou bolas sobre a área, e teve um pênalti a seu favor não marcado, matar o jogo em contra-ataque velocíssimo pela esquerda, fechando a contagem em 4x2. Estava presente, no entanto, na hora da cerveja, apesar de recomendações médicas em contrário.
Expresso 2x4 Racing
PT = 1x1
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 21/03/15
Horário: 11h30

Copa Farroupilha

Mateus Trombetta – Leandro Silveira, Marco Viola(C), Pablo Figueroa e Nathan Silva; Fernando Gutheil, Carlos Fernandez e José Staudt; Felipe Rodrigues, Cristian Pheula e Nicholas Zucchetti. (Allison Raupp, Araldo Neto, Cristiano de Souza, Dartagnan Toscani, Paulo de Tarso, Pedro Fernandes, Rodrigo Fábio e Sérgio Raupp). Douglas Lobi, Rafael Trombetta e Ricardo Toscani. DT: Vinícius Guimarães e José Staudt.
Gols: Cristian Pheula e José Staudt.

domingo, 22 de março de 2015

#CadêOPaulinho???


#CadêOPaulinho???Atrás apenas de #GloboGolpista e #NãoVaiTerGolpe, hashtag alcançou o terceiro lugar da semana nos trending topics do Twitter após o empate em 2x2 com o Bukaneros


     Foi um empate ambíguo. Se sobram motivos para saudar a conquista de um ponto pelo Expresso em sua estreia na Farroupilha, também sobram outros tantos para lamentar a perda de dois, aos 45 da etapa final.

     Com um grupo forte e imenso, os boêmio-ferroviários desta vez se organizaram para voltar à disputa de títulos na competição. 29 foram os que atuaram na primeira partida, três não entraram em campo e ainda houve algumas ausências. Grupo qualificado e numeroso. Aí vem o Trem Fantasma!

     Tomando a iniciativa nos movimentos iniciais, aos poucos a equipe passou a sofrer com o desentrosamento e o Bukaneros cresceu. Com bom toque de bola no meio, usava a experiência dos seus jogadores para triangular e avançar pelo flanco esquerdo, levando perigo à retaguarda boêmia. Com uma pequena alteração de posicionamento dos jogadores Leandro Silveira e Fábio Boccardi, o lateral esquerdo lavanda foi neutralizado e os expressanos passaram a dominar as ações na meia-cancha, bloqueando o desafogo do rival e avançando sobre seu campo.

     Com mudanças significativas na equipe titular, visto que metade da delegação chegou atrasada porque ainda participava da mobilização dos setores progressistas da sociedade em favor da presidenta Dilma e marchava com movimentos sociais, centrais sindicais e trabalhadores para evitar um golpe reacionário, os onze que começaram davam conta do recado e começavam a envolver o adversário.

     Nicholas Zucchetti achou Cristian Pheula pelo meio, entre os zagueiros, na entrada da área, e este escorregou para a direita, marcado. Ainda assim, arranjou espaço para o arremate e bateu seco, pé de Bozo na nêga, rasante, Expresso um a zero!

     O time perdeu inúmeras oportunidades de ampliar, trocando passes e chegando na frente. Bruno Rodrigues driblou o goleiro e cruzou rasteiro, bola que foi rechaçada pela defesa dentro da pequena área; Silveira recebeu de Pheula com o goleiro já batido e, quando se preparava para anotar, foi travado faltosamente, pênalti não marcado. Quase ao final, Araldo Neto fez defesa espantosa, quando segurou firme tiro cruzado da entrada da pequena área.

     Ganhando por 1x0 no intervalo, a equipe buscou corrigir o que a tornava vulnerável ao oponente, que consistia basicamente no erro de passes e a cedência de contragolpes, visto que estava extremamente bem posicionada e não corria grandes riscos.

     Com uma mudança tática desde a saída de Francisco Peres, lesionado por entrada violenta, e a promoção de Denis Kroth na meia, recuando José Staudt, o time recomeçou o segundo tempo mais ofensivo, e bem melhor que o rival. Allison Raupp aparecia ainda mais pela esquerda, desestabilizando o setor defensivo contrário. Rodrigues e Kroth tinham liberdade para armar, e na frente o trio de ataque manobrava com habilidade.

     Fábio Boccardi recebeu na área marcado, ameaçou o chute e deixou um zagueiro caído. Veio o outro, que igualmente ficou pra trás depois do toque desconcertante. Na cara do gol, com o goleiro já se atirando a esmo, fulminou de pé esquerdo, bola que veio a cair em Nova Santa Rita duas horas depois de encerrado o confronto, furada e em chamas, sempre um a zero.

      Outras foram as chances que o time perdeu enquanto mantinha a vantagem mínima, com Boccardi novamente em frente à meta colocando de pé direito para ótima defesa do arqueiro, e Pedro Fernandes, escorando de voleio por cima. A equipe dominava, mas perdia paulatinamente o controle da meia-cancha, com o cansaço de Denis Kroth e a consequente falta de combatividade no setor. Foi então que ocorreu a maior polêmica do encontro, quando Paulo de Tarso foi chamado a assumir a cabeça da área.

     Integrante histórico do MST, Paulinho da Foice, como é conhecido, foi chamado pelo então capitão do time, José Staudt, a entrar no jogo para impedir o predomínio territorial que o Bukaneros havia começado a exercer. O tempo passava, e nada de o auxiliar-técnico de artes marciais Vinícius Guimarães, ex-jogador da equipe, tomar as providências recomendadas. Sem o fardamento graças à sua participação nos bloqueios das rodovias da região metropolitana, entre elas a BR 448, que leva ao CT Muradás, Paulinho demorava a se aprontar, enquanto o oponente aumentava a pressão sobre o Expresso.

     Cadê o Paulinho?, bradou o capitão desesperado, enquanto mais uma vez se posicionava para defender ataque contrário. Cadê o Paulinho? Cadê o Paulinho? Poucos minutos depois, ainda sem Paulinho de Tarso em campo, o volante rival foi lotericamente feliz no chute desferido de 30m, bola que voou certeira, fugindo de Araldo Neto, alcançou o poste e entrou. 1x1. #CadêOPaulinho?!

     Tá se fardando!, bradou Guimarães da beira do gramado, irritado com o resultado catastrófico da falta de sincronia celeste. Poderia ser um divisor de águas no jogo, pois o gol haveria de alterar o panorama em favor do Bukaneros. Porém, não foi o que se viu.

     Já sem Raupp na esquerda, Staudt passou à lateral, e Carlos Fernandez entrou no lugar de Kroth, exaurido pela gripe. Pedro Rocha também reforçou o setor direito ao substituir Leandro Silveira, e Felipe Rodrigues infernizava a retaguarda lavanda com arrancadas supersônicas desde a saída de Pheula. Sofreu um, dois pênaltis não marcados pelo árbitro, ambos claríssimos e impossíveis de serem sonegados, o segundo deles já correndo para a área com o apito na boca, desistindo em plena marcha para mandar o jogo seguir. Aos 30 minutos, com Fernando Gutheil na cabeça da área, José Staudt recebeu pela esquerda e avançou, vislumbrando Pedro Fernandes pela direita atrás da zaga. Enviou-lhe a bola meio bicuda, estilo rúgbi, que caiu-lhe um pouco à frente, difícil de dominar. O esperto avante, então, deixou-a bater no chão e amorteceu-a para Fábio Boccardi, que entrava pelo comando. Só com o domínio já deixou o zagueiro pregado, e quando o goleiro saiu, levantou-a sutilmente para o fundo da meta. Era a vitória! 32 do segundo tempo.

     O jogo avançava para o seu final, e o Expresso tinha total controle sobre o adversário. Trocava passes com facilidade, tinha espaço para trabalhar, os homens de roxo não conseguiam recuperar a redonda e nem organizar ataques perigosos, pois só conseguiam chutar a bola para a frente no desespero, apostando no erro boêmio-ferroviário.

     Mesmo com tudo na mão para fazer aguardar o término da partida sem sobressaltos, o time forçava passes e apostava em alguns lances individuais desnecessários, devolvendo ao Bukaneros a posse de bola que ele, por si só, não conseguia obter.

      Até que aos 44 minutos, depois de outra saída afobada do Expresso, um erro de passe no meio resultou em nova interceptação, seguida do milésimo balão para a frente, e, desta vez, mal colocada, a zaga foi vencida pelo toque de cabeça de um dos centroavantes, que serviu ao outro entrando em velocidade. Neto saiu já vendido, foi driblado e, com o gol aberto, nada pôde fazer para evitar o empate.

     Ainda houve tempo para mais dois escanteios em favor da coruja, que foram novamente desaproveitados pelo time, e para uma cobrança de falta de José Staudt, que passou a 5cm do poste direito do guarda-valas.

     Terminado o jogo foi a vez da grande confraternização com o churras assado por tio João, regente da Volksarmee, primeira torcida organizada do clube, agora acompanhada da Expresso-íris. O bonde da diversidade, composta por simpatizantes do goleiro Mateus Trombetta, lesionado, não discrimina ninguém por orientação sexual, credo, raça... Só não gosta muito de tucanos.

Expresso 2015: estreia com gosto de gelada!




    No próximo sábado, 11h30, o time volta a campo para enfrentar o desconhecido Racing, que lidera o grupo após bater o forte Pirapora por 2x1. A apresentação será às 10h30 e a escalação será definida às 11h com os jogadores que estiveram presentes no estádio.

Expresso 2x2 Bukaneros

PT = 1x0
Local: CT Muradás, Canoas

Data: 14/03/15
Horário: 9h30

Copa Farroupilha 2015

Araldo Neto – Leandro Silveira, Marco Viola(C), Giovani Boccardi e Allison Raupp; Francisco Peres, José Staudt e Bruno Rodrigues; Fábio Boccardi, Cristian Pheula e Nicholas Zucchetti. (Carlos Fernandez, Denis Kroth, Felipe Rodrigues, Fernando Gutheil, Paulo de Tarso, Pedro Fernandes, Pedro Rocha e Tiago Toscani). Mateus Trombetta, Ricardo Toscani e Ronaldo Veiga. DT: José Staudt e Vinícius Guimarães.

Gols: Cristian Pheula e Fábio Boccardi