Ainda
dá!
Derrota por 3x0 não diz o que foi o jogo e boêmios seguem vivos na
briga pela vaga
Com boa presença de atletas –
a segunda maior em todo o campeonato e “sem nenhuma relação”
com a passagem de fase do time –, o Expresso estava mobilizado para
o dificílimo enfrentamento que teria contra a melhor equipe da
Farroupilha. Com 20 pontos na parte inicial do certame, contrastando
com os 43 obtidos pelos parisienses, seria fundamental neutralizar as
ações do oponente para ampliar as chances de vitória, o que foi
conseguido através de excelente funcionamento do sistema tático
escolhido pelos jogadores na reunião realizada na casa de Marco
Viola na noite da terça-feira passada.
Jogando com duas linhas de
quatro, um armador à frente da segunda linha e um centroavante, o
quadro impôs-se na marcação e encolheu o campo de atuação do
PSG, impedindo-o de infiltrar e obrigando-o a acelerar os lances e
tentar o jogo aéreo.
A primeira oportunidade de
abrir o marcador foi inclusive do Expresso, contragolpe rápido pela
esquerda em que Pedro Fernandes, substituto de Fernando Gutheil,
lesionado logo aos cinco minutos de partida, tentou um drible a mais
e perdeu o tempo da bola e da jogada, não conseguindo concluir; a
segunda também, quando Artur Weiss subiu mais que a defesa em batida
de falta de Carlos Fernandez e cabeceou no alto para grande defesa do
goleiro.
Forçando chutes de fora da
área os franceses não levavam nenhum perigo à meta de Mateus
Trombetta, que seguia soberano, apenas com algumas intervenções
pontuais. No entanto, também o Expresso não conseguia chegar ao
ataque, errando muito passes, perdendo lances fáceis ao escolher mal
as jogadas, e forçando demais os movimentos ofensivos com condução
de bola excessiva.
Com o jogo encaminhando-se
para o final do primeiro tempo, já nos acréscimos, numa das poucas
vezes em que o time colocou a bola no chão e avançava sobre o campo
contrário, José Staudt tentou passe de calcanhar para Allison Raupp
e errou, cedendo a bola ao lateral direito, que imediatamente
enviou-a na diagonal para o avante pelo lado esquerdo, lançamento de
50m, contra o vento. Imiscuindo-se entre Leandro Silveira e Cristian
Pheula, ganhou o lance com um toque na frente, entrando cara a cara
com Trombetta e desviando com categoria para abrir o escore. Era a
única coisa que não poderia acontecer.
O intervalo, que poderia ser
de mobilização total para os últimos 45, visto que a equipe
apresentava excelente atitude, posicionamento exemplar e aos poucos
ia ganhando terreno, foi de cobranças entre os jogadores, ânimos
acirrados e desconfiança. Com a intervenção dos companheiros André
Maders, Araldo Neto, Fábio Negão, Martin Both e Rodrigo Dresch, a
poeira foi baixando e a análise do jogo recuperou espaço. Artur
Weiss saiu por lesão para a entrada de Pablo Figueroa, e o restante
do time e o sistema de jogo mantiveram-se inalterados para a
tentativa de buscar o empate.
O PSG voltou esperando,
enquanto um intervalo zerado poderia ter dado ao Expresso a larga
vantagem de jogar nos contragolpes com muito mais espaços. Ainda
assim, mais avançado, cresceu no jogo. Raupp cresceu de produção
pela esquerda, e isso deu desafogo melhor por este flanco. Cristiano
de Souza entrou em substituição a Vinícius Guimarães e, logo no
primeiro lance, sofreu pênalti. Tentou a conclusão e então Toni, o
árbitro, deixou passar; Cruzamento de Cristiano de Souza foi cortado
pela defesa e caiu nos pés de Carlos Fernandez na meia esquerda,
próximo à meia lua. Com frieza, rolou para José Staudt, que vinha
entrando de frente para o arco, mas o arremate saiu por cima.
Geverton Ost entrou no lugar de Allison Raupp e o Expresso encurralou
o PSG, que só saía de trás em lançamentos, geralmente para a
esquerda, onde Silveira fez partida impecável na contenção e
inviabilizou vitórias pessoais em seu setor. Depois de lance confuso
na área e novo pênalti não marcado, agora sobre Denis Kroth, Souza
ficou com o rebote e rolou para Staudt arrematar, mas ela ricocheteou
na zaga.
O time insistia em pressionar,
e a organização tática propiciava amplo controle da faixa central
do gramado, permitindo que o time apertasse o adversário em seu
próprio campo. Defensivamente estruturado com eficiência, devido à
qualidade do PSG ainda sofria alguns sobressaltos, e Trombetta evitou
em duas oportunidades que o oponente ampliasse o marcador. Faltando
15 minutos, Marco Viola, depois de escanteio, tentou impedir
contra-ataque rápido quando a redonda estava com o goleiro e acabou
recebendo o segundo amarelo, deixando o Expresso com 10. Entretanto,
a inferioridade numérica não logrou terminar com a valente pressão
boêmio-ferroviária, praticamente partindo para o tudo ou nada.
Kroth fez novo lance pela
direita e foi derrubado, falta que José Staudt bateu no ângulo, mas
o goleiro fez ótima e segura defesa; depois de lançamento de Staudt
para Ost atrás da zaga, pela esquerda, este ganhou do marcador e
cruzou rasante para Cristiano de Souza, sozinho. O zagueiro,
desesperado, utilizou-se de um último expediente para tentar
livrar-se do perigo e cortou com violência contra a própria meta,
bola que não entrou por milagre, saindo caprichosamente pela linha
de fundo, por sobre o gol; na cobrança, Fernandez levantou com
perigo, a bola bateu no defensor e ficou viva na pequena área,
quando foi tirada do bolo novamente para Fernandez, que recolocou-a
para o meio, mas muito forte e ela passou por elevação.
A cinco minutos do fim, então,
o PSG matou o jogo com outro lançamento, desta vez atrás de Nathan
Silva. O avante dominou e chutou para o meio, onde o centroavante
completou sem chances para Mateus Trombetta. Já nos acréscimos saiu
o terceiro gol, de novo com espaços pela esquerda de defesa e
cruzamento para a definição com categoria do centroavante
rubro-marinho.
No próximo sábado, 9h30, os
expressanos entram em campo para decidirem seu futuro na Copa
Farroupilha. Com atuações mais marcantes na UEFA nos últimos anos,
os boêmios obtiveram nesta edição a classificação que não veio
em 2013, e precisam de um resultado positivo para brigar na última
rodada pelo título do grupo. O adversário será o Bazar Mimo,
tradicional rival, partida que costuma ser de grande qualidade e
empenho por parte de ambos os quadros, e que terminou, no turno
inicial, com vitória dos rubro-negros por 6x3, momento em que o
Expresso iniciou sua sequencia de 4 jogos invicto, sendo 3 vitórias.
Expresso da Madrugada 0x3
PSG
PT = 0x1
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 27/09/14
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta
– Leandro Silveira, Artur Weiss(C) Cristian Pheula e Nathan Silva;
Carlos Fernandez, Marco Viola, Vinícius Guimarães, Alisson Raupp e
José Staudt; Fernando Gutheil. (Cristiano de Souza, Denis Kroth,
Geverton Ost, Pablo Figueroa e Pedro Fernandes). DT: José Staudt e
André Maders.
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