sexta-feira, 12 de abril de 2013

Jogo de 45 minutos

Pra começar a jogar 90 minutos
Fazendo sempre meia partida, Expresso segue sem vitórias na Farroupilha

Foi um bom segundo tempo. O primeiro nem iremos discutir, visto que teríamos que apontar apenas erros defensivos de marcação, técnica e posicionamento. Teríamos que falar do desinteresse pelo cumprimento das determinações táticas ou da desatenção dos atacantes na marcação, complicando o time defensivamente desde a saída de bola do Corinthians, o que resultava num latifúndio livre de combatentes azulados na meia-cancha. Teríamos que falar até mesmo que alguns jogadores deveriam comprar uma bola para si e trazê-la para o jogos, de modo a não monopolizar a mesma que os outros disputam. Porém, diríamos especialmente que aos 4 minutos o adversário abriu o placar com erro lamentável de marcação e de cobertura, e aos 10 ampliou numa pixotada digna apenas do zagueiro Cris, do Grêmio. Para finalizar, diríamos que o terceiro gol veio em jogada pelo flanco esquerdo desguarnecido, e que foram expulsos Rodrigo Dresch e Nathan Silva ainda na primeira etapa. 

Portanto falemos da segunda etapa, que foi melhor. Foi quando o Expresso acordou. Voltou a ser o Expresso de sempre, mesmo com atraso de 45 minutos. E com dois a menos encarou os 11 contrários com garra incomparável, e que às vezes desaparece por alguns jogos para depois voltar até o fim do ano.

A zaga original já não existia mais. Viola manteve-se mais um pouco, aí já com grande atuação, e deu lugar a Cristian Pheula, que parecia um gigante. Assim como Carlos Fernandez, recuado para o setor mais próximo do arqueiro Araldo Neto. Na direita, depois da saída de Guimarães, apareceu o veterano Marciel Hein, que ia e vinha como se tivesse 16 anos. Pela esquerda, José Staudt, deixando o meio de campo para impedir o Corinthians de ampliar. Esta era a única ambição do time, impedir mais gols do adversário. Mas com isso, quem sabe pudesse descontar.

O meio voltou composto por André Maders, Rodrigo Veiga e Geverton Maders. E posicionou-se de maneira perfeita à frente da zaga. Mesmo numa linha de 3, faltando, assim, um homem para ajudar, fecharam o setor de maneira a permitir apenas jogadas pelos lados, onde caíam sempre na marcação boêmio-ferroviária. E assim o time começou a ameaçar na frente. André Maders, de atuação brilhante, foi quem saiu com a bola dominada de trás e arrastou os adversários à sua frente como um camburão velho da Brigada. Chegou à meia-lua com ela dominada e à feição para bater com o seu pé esquerdo, que não é o melhor. Trouxe para o outro e largou para o lado, onde entrava Schimitt. O artilheiro dominou, avançou um pouco e bateu com violência, descontando para 1x3. 

O resultado não importava tanto quanto a postura dentro de campo. Vibrantes, os jogadores haviam se indignado com a situação, e pareciam, pela primeira vez, disputando uma partida de competição em 2013. O time ainda teve oportunidade de descontar mais uma vez antes que um gol de jogada ensaiada esfriasse a reação marinho-celeste. Mas este evento não alterou a disposição dos jogadores, que mantinham na cabeça a necessidade de resistir à pressão do Corinthians, que continuava querendo ampliar. Araldo Neto, então, surgiu como uma barreira. Fechou o arco, com defesas magistrais. Duas impressionantes: a primeira no ângulo depois de tiro colocado, tocando com a ponta dos dedos para escanteio, a la Cássio contra o Chelsea; e a outra depois que José Staudt salvou o gol sobre a linha e a bola voltou para o meio da área, de onde partiu o arremate fulminante que explodiu no seu peito e foi rechaçado pela defesa com um bico para o espaço.

Nada mudou quando Fernando Gutheil entrou na volância e Geverton Maders passou ao ataque. A defesa continuava intransponível, chegando junto, e o ataque levando vantagem sobre os defensores, ainda que sem grande efeito devido ao isolamento. Por pouco o time não descontou mais uma vez em ótima cobrança de falta de Geverton Maders, que o goleiro raspou para escanteio no rodapé direito.

Ao final, o resultado acabou sendo justo pela dedicação expressana na segunda etapa, garantindo que o saldo não fosse para a lua mesmo com 2 homens a menos e possibilitando que o time possa se recuperar em rodadas posteriores. Neste sábado o compromisso será às 9h30 contra o Perestróika, time soviético cujo mascote é o ex-presidente Mikhail Gorbatchev, responsável direto pela extinção do país e recebido com festa nos EUA por ter ajudado e desestabilizar todo o bloco socialista.



Expresso da Madrugada 1x4 Corinthians
PT = 0x3
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 06/04/2013
Horário: 14h
Taça Farroupilha

Escalação: Araldo de Souza Neto – Vinícius Guimarães, Rodrigo Dresch, Marco Viola e Nathan Silva; André Maders, Carlos Fernandez, José Staudt(C) e André Silva; Cristiano de Souza e Fabiano Schimitt. (Cristian Pheula, Fernando Gutheil, Geverton Maders, Marciel Hein e Rodrigo Veiga). DT: Martin Both.

Gol: Fabiano Schimitt.

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