Com as
garras afiadas
Terceira vitória em 4 jogos recoloca a coruja entre os
primeiros e a um empate da 2ª fase
Era
um jogo decisivo. O mais decisivo de todos, contra um adversário direto, para
quem o empate praticamente valia a classificação. Depois da derrota para o
Mônaco, nada mais restava ao Expresso senão lutar com todas as suas forças
pelos 3 pontos, ou então contentar-se em encerrar o ano melancolicamente em um
jogo apenas para cumprir tabela no dia 15 de novembro contra o Bazar Mimo.
Mobilizados
para o avanço definitivo, para a sequencia final de pontos em busca da
classificação, os boêmio-ferroviários partiram para cima do Aliança para fazer
acontecer. Aos 5 minutos, Maloqueiro não marcou pênalti claro sobre José Staudt
quando este se preparava para concluir do bico da pequena área, apresentando
cartão amarelo ao capitão do time por simulação; na sequencia, Fernando Gutheil
subiu mais que a zaga em cruzamento de Vinícius Guimarães e testou firme
raspando o poste; Carlos Fernandez cobrou falta da esquerda para Marco Viola no
segundo pau, que mesmo sendo empurrado conseguiu cabecear para o lado oposto,
encobrindo o goleiro, atingindo o poste e abrindo o placar para o Expresso, gol
que foi anulado pelo bandeira por marcar infração contra o Expresso quando
deveria ter assinalado penalidade máxima, vencida pelo tento; Nathan Silva
apoiou com força pela esquerda e foi derrubado dentro da área, novo pênalti não
marcado pelo juiz.
O
Aliança não conseguia impedir os ataques expressanos, que variavam da esquerda
para a direita, com chegada pelos lados do campo e tabelas pelo meio entre
Staudt, Viola, Fernandez e Leandro Silveira. Jogando apenas defensivamente, o
rival não ameaçava na frente.
Aos
25 minutos, depois de tanto pressionar, José Staudt cobrou falta da direita
novamente para Viola, que entrava em vantagem. No momento do cabeceio, foi
visivelmente empurrado pelo zagueiro, que impediu, assim, que o volante azulado
anotasse de cabeça. Desta vez, porém, Maloqueiro estava atento, e apontou,
finalmente, a marca da cal. Staudt cobrou e fez 1x0.
O
Aliança mudou a postura. Adiantou o time dentro de campo, tentando mais
velocidade no ataque e trocando bem a bola no meio. Achava espaços pela
esquerda, obrigando Guimarães e Angelo Zanetti a desdobrarem-se para evitar a
chegada mais forte do oponente. Todavia, não tinha profundidade nas suas
investidas, e invariavelmente apelava para os levantamentos da intermediária,
onde Araldo de Souza Neto brilhou com segurança absoluta.
Felipe
Pacheco e Zanetti resguardavam a cidadela com qualidade superior, impedindo
arremates com desarmes precisos, dando início às jogadas ofensivas com passes
rápidos, e afastando o perigo sem brincadeiras quando assediados. Nathan Silva
desafogava a saída de bola, iniciando a articulação com o meio de campo, e
Guimarães posicionava-se mais defensivamente, dando suporte à já bem
estruturada retaguarda. No meio, Viola, Staudt e Fernandez trabalhavam quase
sempre com toques de primeira, enquanto André Maders, mais condutor, partia com
a redonda dominada para apoiar os avantes. No ataque, Fernando Gutheil, de boa
atuação, dava o tempo necessário aos companheiros quando recebia o passe ou
lançamento, segurando e distribuindo bem para os que vinham de trás; e Leandro
Silveira, com movimentação intensa, conseguia impor-se à marcação e, fazendo o
pivô, contribuir fortemente para o volume de jogo da equipe.
No
segundo tempo o Expresso aproveitou o desespero do adversário para congestionar
a meia-cancha, valorizar a posse de bola e tentar definir a partida num
contragolpe. Muitas foram as oportunidades criadas para ampliar, mas alguns
erros de precipitação também prejudicaram a estratégia e por pouco não
colocaram a vitória em risco.
Vencendo,
o time dava contra-ataques ao Aliança por forçar passes para os atacantes,
agora Silveira e Rodrigo Gladiador, que substituiu a Gutheil. Aberto e
desorganizado, o rival contava com os descuidos do Expresso para recuperar
bolas que poderiam ter ampliado a vantagem boêmio-ferroviária, mas que, ao
contrário, pegavam a equipe mal posicionada e saindo, duplicando o trabalho de
Viola, Pacheco e Zanetti. Por sorte e competência defensiva, escapou do pior,
uma vez que o Aliança errava o último passe ou tentava o cruzamento, que parava
em Souza Neto.
A
situação melhorou depois que Carlos Fernandez cobrou falta da esquerda e
Gladiador subiu mais que a zaga, escorando de peito para Viola marcar o
segundo, dando mais tranquilidade ao grupo.
A
partir daí o domínio expressano tornou-se ainda mais sólido. Trocando golpes, o
Aliança desguarneceu-se completamente, possibilitando à coruja chegar com
imensa facilidade à cara do gol, mesmo que improvisada e debilitada
fisicamente, tendo sido obrigada a substituir Leandro Silveira por lesão,
adiantando Guimarães para o ataque, e promovendo a reestreia de Diego Rosner,
lateral direito titular do vice-campeonato de 2007 e que desde então não
jogava.
As
duas melhores chances caíram nos pés de Maders e Gladiador, que não souberam
definir. Na primeira, Staudt pegou a segunda bola no meio de campo e puxou
contragolpe velocíssimo de 3 contra 2, esperando a chegada supersônica do
volante para deixá-lo à frente do gol, quando concluiu para fora; na segunda,
Maders fez cruzamento perfeito para Gladiador, que dominou no peito atrás do
zagueiro e demorou, encobrindo finalmente o goleiro, mas perdendo o gol. O
Aliança quase descontou em belo chute de fora da área, que acertou o poste do
Araldo Neto.
Agora,
uma vitória pode garantir ao time a terceira colocação na classificação, e um
empate virtualmente classifica-o para a segunda fase, contanto que o Aliança
não goleie o 11 Canarinhos por 9x0.
Expresso da Madrugada 2x0 Aliança
PT = 1x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 27/10/2012
Horário: 16h
Copa UEFA
Escalação: Araldo de Souza Neto – Vinícius
Guimarães, Angelo Zanetti, Felipe Pacheco e Nathan Silva; Marco Viola, André
Maders, Carlos Fernandez e José Staudt(C); Leandro Silveira e Fernando Gutheil.
(Diego Rosner e Rodrigo Gladiador). DT: Martin Both.
Gols: José Staudt e Marco Viola.
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