segunda-feira, 26 de março de 2012

Vitória por 2 x 1

Coruja surpreende Deportivo
Vitória por 2x1 garante primeiros três pontos na 
Copa Bento Gonçalves e alça equipe ao G4

O jogo teve dois tempos absolutamente distintos. No primeiro, o domínio total foi da meia-cancha do Expresso, que trabalhou a bola de pé em pé, alternando os lados e a velocidade das jogadas de maneira consciente. Saindo com qualidade por ambos os flancos com Vinícius Guimarães e Renato Signori, achava espaços para realizar a armação ao encontrar André Silva e José Staudt sempre em condições de pensar o jogo.

A contenção era perfeita, e Mário Arla e Gustavo Reichert não permitiam ao Deportivo avanço algum. Mais atrás, Rodrigo Dresch e Fernando Gutheil conseguiam neutralizar o ataque contrário.

A movimentação ofensiva azulada abria brechas na retaguarda adversária, com Fábio Jorge e Rodrigo Veiga levando vantagem nos lances individuais, e tendo a companhia dos articuladores nas triangulações. Com isso, a primeira situação de perigo não tardou a aparecer, e ocorreu quando Jorge driblou o zagueiro pela direita e bateu firme, no chão, para grande defesa, com o pé, do goleiro. Na sequência, Staudt assustou em duas cobranças de falta, e Veiga, em rebote, onde atirou por baixo, mas a zaga conseguiu cortar.

Aos 30 minutos, Mário Arla recebeu pela meia direita de Fábio Jorge, que roubou a bola na saída de jogo do Deportivo, e rolou com perfeição para José Staudt na meia-lua. Em projeção, este dominou já limpando o primeiro, escondeu a bola do segundo com um toque curto e, na saída do goleiro, apenas desviou para o canto, abrindo o placar para o Expesso.

Com o 1x0, nada mudou na partida. Dagoberto Trento, arqueiro estreante em jogos oficiais, mas que já havia atuado pelo clube no amistoso vencido por 5x3 em Ivoti contra o Findicarreira, praticamente não tocou na bola nos primeiros 45 minutos, fruto do bloqueio defensivo perfeito. 

O time continuou valorizando a posse de bola na frente, e Guimarães ainda atirou com veneno uma sobra da intermediária, mas ela passou à esquerda da meta.

Nos minutos finais o Deportivo ainda teve um homem expulso por jogada de basquete, onde o defensor, sem constrangimentos, deu um tapa na bola para parar lançamento perfeito de Silva para Jorge quando ela ia caindo às suas costas, evitando, assim, que este ficasse cara a cara com o goleiro e marcasse o segundo gol.

Já a etapa complementar reservava muitas emoções para a retaguarda expressana. O Deportivo, perdendo e com um homem a menos, agigantou-se no gramado contando com o relaxamento da marcação do Expresso, e passou a ameaçar com levantamentos e jogadas pelos flancos.

Mesmo assim o jogo manteve-se equilibrado, e aos 15 minutos Fábio Jorge, recebendo no comando após excelente manobra coletiva, limpou dois adversários e tocou na saída do arqueiro, ampliando o placar para 2x0.

Entretanto, o time parou. O cansaço gradual possibilitou ao oponente encontrar espaços onde até então não havia. Concedendo liberdade excessiva aos adversários, abriu-se defensivamente, mesmo com um a mais, o que gerou instabilidade e fortaleceu o ímpeto do rival. Dagoberto Trento começou a ser exigido, e realizou algumas intervenções importantes. Mas mesmo assim a melhor oportunidade de gol foi do Expresso, que só não matou o jogo porque Veiga, tocando na saída do goleiro depois de receber lindo passe de André Silva, acertou a trave e a bola perdeu-se pela linha de fundo.

Já com Felipe Pacheco na esquerda e a inversão de Signori devido à saída de Guimarães, o setor canhoto ficou mais bem compactado, com saídas inteligentes e solidez defensiva. A equipe, entretanto, de modo geral acelerava o ritmo, o que não interessava, errando passes, perdendo bolas e possibilitando contra-ataques que só não resultaram em gols graças à atuação perfeita dos zagueiros e volantes, agora com Carlos Fernandez no lugar de Arla.

Marciel Hein substituiu a Jorge, também extenuado. Esforçou-se comoventemente na marcação, contribuindo para que a pressão não fosse maior, tentando segurar a bola no setor ofensivo. Outro que ajudou bastante atrás foi André Maders. Na lateral direita, conseguiu diminuir a freqüência com que o Deportivo explorava o setor.

O oponente, todavia, mostrando garra digna de suas tradições, não se entregava, e quase anotou em dois chutes de fora da área em que não encontrou combatentes. No primeiro, Trento voou e não pôde alcançar o disparo, que explodiu no travessão e voltou para a área, com o atacante incrivelmente perdendo a chance traído pelo quique da bola. No segundo, ainda conseguiu desviar. Ela, então, bateu novamente no travessão e foi despachada pela defesa. Em ambas o adversário poderia ter obtido mais sucesso não fosse a insistência em jogar com a bola murcha, o que tirou a precisão dos arremates, bem como das cobranças de faltas e escanteios das duas equipes ao longo do embate.

Aos 46 minutos, Adriano absurdamente inventou pênalti contra o Expresso depois de inverter falta sobre o goleiro Trento, que foi abalroado pelo adversário ao sair para cortar de soco cruzamento da direita. Foi ainda agraciado com um cartão amarelo, prova do bom senso e aptidão técnica da arbitragem. Na cobrança, ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar que o Deportivo descontasse e desse números finais ao jogo.

Both trabalhando: felizmente pneus não foram necessários para voltar a andar nos trilhos.


Expresso da Madrugada 2x1 Deportivo
PT = 1x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 24/03/2012
Horário: 10h
Copa Bento Gonçalves
Escalação: Dagoberto Trento; Vinícius Guimarães, Rodrigo Dresch, Fernando Gutheil e Renato Signori; Gustavo Reichert, Mário Arla, José Staudt(C), André Silva e Rodrigo Veiga; Fábio Jorge. (André Maders, Carlos Fernandes, Felipe Pacheco e Marciel Hein). CT: Martin Both.
Gols: Fábio Jorge e José Staudt.

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