quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Trem Fantasma atropela o negativismo

Por José Staudt

Trem Fantasma atropela o negativismo
      “Apesar da crise”, como diria a RBS, Expresso segue evoluindo e consolidando seu trabalho


       O fatalismo não tem lugar no Expresso da Madrugada. Pretensamente desmoralizado pela campanha inexpressiva na Copa Farroupilha, onde a equipe não conquistou nenhuma vitória e sofreu goleadas retumbantes, o grupo reuniu-se para discutir as estratégias de recuperação da imagem do clube, da confiança do elenco e do esquema tático a ser adotado para aproveitar ao máximo as potencialidades dos seus jogadores.
       Rechaçando completamente a tese levantada pela imprensa marrom da necessidade de se reformular completamente o grupo de atletas, a diretoria optou por implementar um programa de treinamentos que pudesse subsidiar as alterações táticas propostas, potencializando as qualidades técnicas dos integrantes do time e garantindo a melhoria do condicionamento físico, fundamental para que o trabalho tivesse solidez.
         Assim, “apesar da crise”, como com tanta originalidade publicam veículos do tipo Zero Hora, Rádio Gaúcha, Jornal Nacional, O Globo, Folha de São Paulo e afins, o Expresso seguiu avançando rumo ao seu objetivo, e num espaço de pouco mais de dois meses obteve visível evolução tática, condicionamento físico crescente e extraordinária integração social, que sustenta todas as alterações atualmente colocadas em prática dentro de campo.
       No domingo dia 02 de agosto de 2105, seguindo à risca cronograma elaborado de modo a capacitar o time a disputar a UEFA em igualdade de condições com os demais adversários, a delegação partiu rumo a Dois Irmãos, no pé da serra gaúcha, a fim de enfrentar o Gunners, que em seu município chegou ao vice-campeonato de futsal.

Partida foi disputada na Associação dos Funcionários do Grupo Herval, em Dois Irmãos

       Apoiado pela Volksarmee, sua tradicional torcida, e também pela Expresso-íris, nova turba composta  por militantes em prol do reconhecimento dos direitos homo afetivos, fundada por Mateus Trombetta, ex-goleiro do clube, o time começou o jogo disposto a conquistar a vitória dentro de sua estratégia de jogo, o que era mais importante do que o triunfo em si.
       No entanto, a desatenção e a falta de decisão foram responsáveis por colocar os boêmio-ferroviários em enorme desvantagem de 0x2 antes dos 20 minutos. No primeiro gol Giovani Boccardi demorou para definir o lance, e obrigou Araldo Neto a sair desesperado e efetuar a defesa nos pés do adversário. Só que na reposição, Neto trombou com o atacante e atirou a bola pra dentro, sozinho, bizarramente. Bizarramente inigualável. O gol mais surreal da história do clube (https://www.youtube.com/watch?v=WvgMYDaP0Os ).
          Pouco depois, ainda sob o efeito da incrível descoordenação motora vista na abertura do placar, Araldo Neto saiu no melhor estilo Taffarel com febre 
(https://www.youtube.com/watch?v=Cf3-7TKUhQU) e o avante contrário, livre, totalmente desmarcado devido a da defesa, apenas escorou para o fundo do gol para ampliar o déficit expressano.
         “Apesar da crise”, a equipe continuava o seu caminho dentro do jogo, tratando de colocar a bola no chão, inverter as jogadas e chegar por meio de trabalho consciente dos atletas. José Staudt tentou de fora da área e o goleiro praticou grande defesa; Pedro Fernandes entrou livre pela esquerda e bateu por cima; Dartagnan Noli cabeceou sobre a meta cruzamento da direita de Carlos Fernandez. Os escanteios de Fernandez levavam grande perigo, e estavam sempre a um centímetro de alcançar o alvo. E depois de jogada rápida de saída de trás, Staudt achou Pedro Fernandes em velocidade e serviu-o na entrada da área. Na tentativa do drible foi derrubado, lance considerado normal pelo árbitro, mas Noli ficou com a sobra, invadiu e bateu firme para descontar. 1X2. Já dava só Expresso. E assim continuou.
        Fernandez cobrou escanteio e Noli subiu mais que todo mundo para desviar no cantinho, goleiro
imóvel, e bola caprichosamente se perdendo pela linha de fundo; Allison Raupp achou José Staudt entrando na diagonal, serviu-o no meio da zaga e este, quando já ia concluindo, foi atropelado na área por trás. Pênalti não marcado; mas então, depois de tanto insistir, a equipe chegou ao empate em golaço de Pedro Fernandes, que foi achado por Leandro Silveira em bela assistência, dominou com o pé esquerdo e, de direita, atirou no alto para igualar.

Originalidade e ética perdidas: “apesar da crise”, Expresso venceu com facilidades o Gunners.

       No segundo tempo estavam programadas as substituições a serem realizadas como parte da preparação de todos os jogadores neste período de inter temporada. Na zaga, que depois de um início claudicante jogou com firmeza e seriedade, entrou Cristian Pheula em substituição ao bêbado Boccardi. Permaneceram Leandro Silveira e Marco Viola, que faziam partida extremamente segura. Ricardo Toscani também deu lugar a um companheiro, e Francisco Peres passou a fazer dupla com Paulo de Tarso na cabeça da área, onde praticamente nada passava e assim permaneceu por todo o restante do jogo. Na frente o ataque voltou com Heider Alves no lugar de Fernandes, de ótima atuação, e o time, ainda bastante caracterizado, seguiu atacando o oponente até virar. Em jogada muito bem trabalhada, Carlos Fernandez foi acionado na direita e cruzou com perfeição no meio da zaga onde Dartagnan Noli cumprimentou de testa o goleiro, que nem se mexeu. Ela bateu no poste e correu para dentro abraçando-se às redes para colocar o time pela primeira vez na frente do marcador. Um golaço!
          Aos 15, a última leva de mudanças, que demonstra ter o Expresso capacidade técnica no grupo compatível com a construção de um bom time de competição, promoveu Alex Custódio no ataque,
Matheus Corrêa na ala direita, Luiz na volância e Douglas Lobi na meia, com Giovani Boccardi retornando à defesa quase ao final – já acordado, o que melhorou significativamente sua atuação.

Crescimento técnico-tático coincide com o melhor entrosamento do grupo dentro e fora de campo
       
          Araldo Neto, que já vinha mostrando estar completamente recuperado do primeiro tempo normal ao sair com precisão em cruzamentos e lançamentos sobre a área, salvou o time em petardo de fora que tinha endereço certo, mas não conseguiu evitar empate em outra saída errada da equipe.
           Porém o quadro marinho-celeste dominava totalmente o rival, perdendo inúmeras chances com Alves, Custódio, Corrêa, num chute espetacular que acertou o travessão no ângulo do arqueiro, e Lobi, e não demorou para voltar à dianteira, gol obtido quando a bola atingiu o defensor em cruzamento de Douglas Lobi engando o goleiro e caindo dentro do arco.
          Com os 4x3 a seu favor, bastava o time controlar a posse de bola com calma, fazer o adversário se abrir na tentativa de empatar, e matar o jogo em uma das inúmeras oportunidades criadas. Porém a ansiedade para concluir os lances foi grande, os erros de passe foram muitos e a precipitação marcou as decisões até o final, e não fosse a estabilidade alcançada pelo sistema defensivo, a vitória poderia ter sido colocada em risco, ainda mais que o juiz decidiu estender o jogo até quase queimar o churrasco.
          Com o apito final foi só comemorar mais uma vitória e confraternizar com os companheiros e familiares a bela jornada boêmio-ferroviária!

Expresso comemora! Dois Irmãos entra para a história azulada.


Expresso 4x3 Gunners
PT = 2x2
Local: AFGH, Dois Irmãos
Data: 02/08/15
Horário: 10h

Amistoso
Araldo Neto – Leandro Silveira, Marco Viola(C) e Giovanni Boccardi; Carlos Fernandez,
Paulo de Tarso, José Staudt, Ricardo Toscani e Allison Raupp; Pedro Fernandes e Dartagnan
Noli. (Alex Custódio, Cristian Pheula, Douglas Lobi, Francisco Peres, Heider Alves, Luiz,
Matheus Corrêa). Técnico: José Staudt.

Gols: Dartagnan Noli (2), Douglas Lobi e Pedro Fernandes.

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