Por José Staudt
Time reapresentou seu velho
comportamento guerreiro, trazendo esperanças à massa boêmia
A estranha e decepcionante
campanha do Expresso na Copa Farroupilha segue dando o que falar.
Depois de perder 5 pontos que teve à disposição nas duas rodadas
iniciais, quando jogou bem e dominou os adversários, o time teve
duas atuações desmoralizantes contra o Pirapora e Aliança,
oportunidades em que sofreu 9 gols e anotou 3.
Com a incômoda marca de
segunda pior defesa do campeonato, que conta com 18 times, e o quarto
pior ataque, a comissão técnica resolveu rever sua estratégia de
jogo, que expunha demais o sistema defensivo e não garantia os
benefícios ofensivos esperados. A fim de recuperar sua milenar
tradição defensiva, que remonta à Batalha das Termópilas, o
Expresso foi a campo para encarar o All Blacks, campeão da UEFA
passada, e deixar o coração em campo em sacrifício.
Posicionado em losango no
meio, sendo 3 volantes e um armador, a equipe se fechou completamente
e inviabilizou a principal jogada de triangulação do oponente
próxima à área, que imprime movimentação constante dos meias e a
flutuação de seu atacante mais aberto para atrair a marcação e
abrir espaços na zaga. Francisco Peres, mais recuado, e Paulo de
Tarso, aberto pela direita, desciam o pau por ali buscando sempre a
bola, mas às vezes a erravam por alguns metros. Carlos Fernandez,
pela esquerda, fazia um papel mais clássico, de cercamento, mas
igualmente bem posicionado. À frente deles, José Staudt recuava
para ajudar no combate à articulação contrária e tentava
organizar os contragolpes e valorizar a posse de bola.
O time reagiu bem às
modificações, tornando-se sólido e combativo. Vibrante, sempre
interpunha-se às investidas do All Blacks, e fechava o flanco
direito com atuação segura de Leandro Silveira, abrindo um pouco
mais o esquerdo para a saída de Allison Raupp de trás, mantendo,
todavia, boa capacidade de marcação.
Os principais momentos
ofensivos neo-zelandeses ocorreram por este setor, todavia, e Araldo
Neto brilhou 3 vezes no mesmo lance ao salvar chutes em sequencia do
meia adversário no bico da pequena área. Mantido o 0x0, era hora de
tentar o gol!
Os boêmio-ferroviários
escaparam pela esquerda em velocidade e José Staudt saiu às costas
do zagueiro com Cristian Pheula de posse da bola. A defesa recuperou
a esfera, mas Pheula insistiu no combate ao defensor e tomou-lhe a
redonda, que caiu para Staudt já dentro da área. O meio expressano
deu mais um toque e bateu violentamente, alto e no meio, tiro salvo
espetacularmente, no susto, pelo enorme guarda-metas do pacífico.
Ela subiu, com ele caído no chão, e ofereceu-se quicando, gol
aberto, para o centroavante ferroviário, que preparava-se para
arrematar quando foi atropelado pelo zagueiro. Pênalti! Adriano,
desgraçada e previsivelmente, com a cara de pau máxima que só Momo
poderia exibir, mandou seguir a partida, provocando a revolta dos
atletas. No lance imediatamente seguinte anotou falta idêntica sobre
avante do time cinza e preto, o que quase causou uma insurreição.
Sustentado o 0x0 com apenas
uma baixa entre os que começaram o embate – Fábio Pereira, que
novamente sentiu-se mal no início do jogo e foi substituído pro
Dartagnan Noli –, o time preparou-se psicologicamente tanto para
conseguir a vitória quanto para os bem mais de 45 minutos previstos
pela arbitragem de Momo (Deus grego da zombaria) em sua tentativa de
garantir o triunfo aos donos da casa. E a defesa voltou a ser
impenetrável.
Marco Viola e Giovani
Boccardi, que haviam feito um primeiro tempo perfeito, mantiveram o
padrão até a saída por lesão do veterano capitão, que foi
substituído também com eficiência por Pablo Figueroa. Peres deu
lugar a Sérgio Carvalho, e Tarso veio para a primeira função.
Araldo Neto seguia fechando a porta para o ataque adversário, que
agora tentava cada vez mais chegar ao tento em cruzamentos da entrada
da área e escanteios, onde era bloqueado pela tenacidade da marcação
fantasma.
O tempo foi passando, e o
Expresso se sustentando, aos poucos avançando lentamente na busca
pelo seu gol da vitória. Cristian Pheula levava vantagem novamente
contra o zagueiro contrário e foi derrubado na área, outro pênalti
sonegado pela arbitragem da #OperaçãoZelotes; Pedro Fernandes
recebeu de Raupp por elevação e girou, quase abrindo o placar aos
35 do segundo tempo.
Fernandes
e Nicholas Zucchetti compunham o ataque agora, enquanto mais atrás
Ricardo Toscani e Rafael Rascati mantinham a impenetrabilidade do
meio e da defesa, respectivamente. Pouca coisa acontecia de perigosa,
fora o tiro de meta rasteiro cobrado por Boccardi para a entrada da
área que resultou num bombardeio quase indefensável contra a meta
azulada, salva pelo goleiro Araldo Neto e mais 3 homens de linha que
se juntaram a ele para defender a cidadela no seu instante mais
derradeiro
(https://www.facebook.com/araldo.neto/videos/o.313303418695740/778024362295605/?type=2&theater).
Passado o susto, chegamos nos acréscimos.
Momo apontou falta na
meia-esquerda ofensiva para o All Blacks, e o tiro explodiu na
barreira, sobrando para Sérgio Carvalho puxar o contragolpe.
Lançando-se sobre ele a fim de impedir a escapada, o voltante que
havia arrematado cometeu falta sobre o expressano, ao que Adriano
inverteu a infração, permitindo praticamente a mesma oportunidade
de atirar para o arco, chance idêntica, do mesmo local. O chute
partiu à meia-força, descaindo muito no canto, Araldo Neto voando
com as asas abertas, ela tocando mansamente a base do seu poste
direito e morrendo no fundo do gol, aos 46 minutos da etapa final.
All Blacks 1x0.
O Expresso ainda tentou nos 4
minutos seguintes uma pressão intensa, com cruzamentos sobre a área
e faltas de longa distância, mas não conseguiu igualar o escore, o
que o deixa em situação delicadíssima na tabela, mas com a certeza
do potencial para obter resultados muito melhores de agora em diante.
Na rodada seguinte, contra seu
maior rival, o Corinthians, só a mesma pegada, a mesma dedicação e
o mesmo sacrifício poderão recolocar a equipe no trilho da vitória,
único resultado que interessa.
Expresso 0x1 All Blacks
PT = 0x0
Data: 25/04/15
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Araldo Neto – Leandro
Silveira, Marco Viola, Giovani Boccardi e Allison Raupp; Francisco
Peres, Paulo de Tarso, Carlos Fernandez e José Staudt; Fábio
Pereira e Cristian Pheula. (Dartagnan Noli, Nicholas Zucchetti, Pedro
Fernandes, Rafael Rascati, Ricardo Toscani, Sérgio Carvalho e Tiago
Lopes). Mateus Trombetta. Técnico: Vinícius Guimarães e José
Staudt.
Expresso 2x5 Aliança
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 11/04/15
Horário: 9h30
Copa Farroupilha
Araldo Neto – Leandro
Silveira, Marco Viola(C), Pablo Figueroa e Giovani Boccardi;
Francisco Peres, Ricardo Toscani e José Staudt; Fábio Pereira,
Cristian Pheula e Pedro Fernandes. (Bruno Rodrigues, Dartagnan Noli,
Mateus Trombetta, Nicholas Zucchetti, Paulo de Tarso e Rafael
Rascati). DT: Vinícius Guimarães e José Staudt.
Gols: Dartagnan Noli e José
Staudt.
Expresso 0x0 Bageense
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 11/04/15
Horário: 10h
Amistoso
Mateus Trombetta – Tiago
Lopes, Marco Viola(C), Rafael Rascati e Allison Raupp; José Staudt,
Ricardo Toscani, Paulo de Tarso e Douglas Lobi; Pedro Fernandes e
Cristian Pheula. (Francisco Peres). Técnico: José Staudt.
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