sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ainda a derrota, mas de cabeça erguida

Por José Staudt

Ainda a derrota, mas de cabeça erguida
Time reapresentou seu velho comportamento guerreiro, trazendo esperanças à massa boêmia

      A estranha e decepcionante campanha do Expresso na Copa Farroupilha segue dando o que falar. Depois de perder 5 pontos que teve à disposição nas duas rodadas iniciais, quando jogou bem e dominou os adversários, o time teve duas atuações desmoralizantes contra o Pirapora e Aliança, oportunidades em que sofreu 9 gols e anotou 3.
      Com a incômoda marca de segunda pior defesa do campeonato, que conta com 18 times, e o quarto pior ataque, a comissão técnica resolveu rever sua estratégia de jogo, que expunha demais o sistema defensivo e não garantia os benefícios ofensivos esperados. A fim de recuperar sua milenar tradição defensiva, que remonta à Batalha das Termópilas, o Expresso foi a campo para encarar o All Blacks, campeão da UEFA passada, e deixar o coração em campo em sacrifício.
      Posicionado em losango no meio, sendo 3 volantes e um armador, a equipe se fechou completamente e inviabilizou a principal jogada de triangulação do oponente próxima à área, que imprime movimentação constante dos meias e a flutuação de seu atacante mais aberto para atrair a marcação e abrir espaços na zaga. Francisco Peres, mais recuado, e Paulo de Tarso, aberto pela direita, desciam o pau por ali buscando sempre a bola, mas às vezes a erravam por alguns metros. Carlos Fernandez, pela esquerda, fazia um papel mais clássico, de cercamento, mas igualmente bem posicionado. À frente deles, José Staudt recuava para ajudar no combate à articulação contrária e tentava organizar os contragolpes e valorizar a posse de bola.
      O time reagiu bem às modificações, tornando-se sólido e combativo. Vibrante, sempre interpunha-se às investidas do All Blacks, e fechava o flanco direito com atuação segura de Leandro Silveira, abrindo um pouco mais o esquerdo para a saída de Allison Raupp de trás, mantendo, todavia, boa capacidade de marcação.
      Os principais momentos ofensivos neo-zelandeses ocorreram por este setor, todavia, e Araldo Neto brilhou 3 vezes no mesmo lance ao salvar chutes em sequencia do meia adversário no bico da pequena área. Mantido o 0x0, era hora de tentar o gol!
      Os boêmio-ferroviários escaparam pela esquerda em velocidade e José Staudt saiu às costas do zagueiro com Cristian Pheula de posse da bola. A defesa recuperou a esfera, mas Pheula insistiu no combate ao defensor e tomou-lhe a redonda, que caiu para Staudt já dentro da área. O meio expressano deu mais um toque e bateu violentamente, alto e no meio, tiro salvo espetacularmente, no susto, pelo enorme guarda-metas do pacífico. Ela subiu, com ele caído no chão, e ofereceu-se quicando, gol aberto, para o centroavante ferroviário, que preparava-se para arrematar quando foi atropelado pelo zagueiro. Pênalti! Adriano, desgraçada e previsivelmente, com a cara de pau máxima que só Momo poderia exibir, mandou seguir a partida, provocando a revolta dos atletas. No lance imediatamente seguinte anotou falta idêntica sobre avante do time cinza e preto, o que quase causou uma insurreição.
Sustentado o 0x0 com apenas uma baixa entre os que começaram o embate – Fábio Pereira, que novamente sentiu-se mal no início do jogo e foi substituído pro Dartagnan Noli –, o time preparou-se psicologicamente tanto para conseguir a vitória quanto para os bem mais de 45 minutos previstos pela arbitragem de Momo (Deus grego da zombaria) em sua tentativa de garantir o triunfo aos donos da casa. E a defesa voltou a ser impenetrável.
    Marco Viola e Giovani Boccardi, que haviam feito um primeiro tempo perfeito, mantiveram o padrão até a saída por lesão do veterano capitão, que foi substituído também com eficiência por Pablo Figueroa. Peres deu lugar a Sérgio Carvalho, e Tarso veio para a primeira função. Araldo Neto seguia fechando a porta para o ataque adversário, que agora tentava cada vez mais chegar ao tento em cruzamentos da entrada da área e escanteios, onde era bloqueado pela tenacidade da marcação fantasma.
      O tempo foi passando, e o Expresso se sustentando, aos poucos avançando lentamente na busca pelo seu gol da vitória. Cristian Pheula levava vantagem novamente contra o zagueiro contrário e foi derrubado na área, outro pênalti sonegado pela arbitragem da #OperaçãoZelotes; Pedro Fernandes recebeu de Raupp por elevação e girou, quase abrindo o placar aos 35 do segundo tempo.
      Fernandes e Nicholas Zucchetti compunham o ataque agora, enquanto mais atrás Ricardo Toscani e Rafael Rascati mantinham a impenetrabilidade do meio e da defesa, respectivamente. Pouca coisa acontecia de perigosa, fora o tiro de meta rasteiro cobrado por Boccardi para a entrada da área que resultou num bombardeio quase indefensável contra a meta azulada, salva pelo goleiro Araldo Neto e mais 3 homens de linha que se juntaram a ele para defender a cidadela no seu instante mais derradeiro (https://www.facebook.com/araldo.neto/videos/o.313303418695740/778024362295605/?type=2&theater). Passado o susto, chegamos nos acréscimos.
      Momo apontou falta na meia-esquerda ofensiva para o All Blacks, e o tiro explodiu na barreira, sobrando para Sérgio Carvalho puxar o contragolpe. Lançando-se sobre ele a fim de impedir a escapada, o voltante que havia arrematado cometeu falta sobre o expressano, ao que Adriano inverteu a infração, permitindo praticamente a mesma oportunidade de atirar para o arco, chance idêntica, do mesmo local. O chute partiu à meia-força, descaindo muito no canto, Araldo Neto voando com as asas abertas, ela tocando mansamente a base do seu poste direito e morrendo no fundo do gol, aos 46 minutos da etapa final. All Blacks 1x0.
      O Expresso ainda tentou nos 4 minutos seguintes uma pressão intensa, com cruzamentos sobre a área e faltas de longa distância, mas não conseguiu igualar o escore, o que o deixa em situação delicadíssima na tabela, mas com a certeza do potencial para obter resultados muito melhores de agora em diante.
      Na rodada seguinte, contra seu maior rival, o Corinthians, só a mesma pegada, a mesma dedicação e o mesmo sacrifício poderão recolocar a equipe no trilho da vitória, único resultado que interessa.

Expresso 0x1 All Blacks
PT = 0x0
Data: 25/04/15
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Araldo Neto – Leandro Silveira, Marco Viola, Giovani Boccardi e Allison Raupp; Francisco Peres, Paulo de Tarso, Carlos Fernandez e José Staudt; Fábio Pereira e Cristian Pheula. (Dartagnan Noli, Nicholas Zucchetti, Pedro Fernandes, Rafael Rascati, Ricardo Toscani, Sérgio Carvalho e Tiago Lopes). Mateus Trombetta. Técnico: Vinícius Guimarães e José Staudt.

Expresso 2x5 Aliança
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 11/04/15
Horário: 9h30
Copa Farroupilha
Araldo Neto – Leandro Silveira, Marco Viola(C), Pablo Figueroa e Giovani Boccardi; Francisco Peres, Ricardo Toscani e José Staudt; Fábio Pereira, Cristian Pheula e Pedro Fernandes. (Bruno Rodrigues, Dartagnan Noli, Mateus Trombetta, Nicholas Zucchetti, Paulo de Tarso e Rafael Rascati). DT: Vinícius Guimarães e José Staudt.
Gols: Dartagnan Noli e José Staudt.

Expresso 0x0 Bageense
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 11/04/15
Horário: 10h
Amistoso

Mateus Trombetta – Tiago Lopes, Marco Viola(C), Rafael Rascati e Allison Raupp; José Staudt, Ricardo Toscani, Paulo de Tarso e Douglas Lobi; Pedro Fernandes e Cristian Pheula. (Francisco Peres). Técnico: José Staudt.

Nenhum comentário:

Postar um comentário