Vitória
do jeito que deu
Atuação quase comprometeu as chances de classificação,
e valeu apenas pelo resultado
Depois
da grande exibição contra o Borrachos, esperava-se a consolidação do Expresso
na tabela de classificação, mantendo-se no grupo dos 4 classificados e, quem
sabe, avançando posições. E isto foi conquistado, mas o time teve imensas
dificuldades para vencer o 11 Canarinhos por 4x1 no último sábado, e o escore
dilatado encobriu uma série de problemas apresentados em campo.
É
claro que a redução do elenco para o compromisso contra o lanterna do certame
obrigou a comissão-técnica a promover muitas mudanças táticas, além da entrada
de jogadores que não começaram o jogo da última semana e que tiveram, ainda,
que ser improvisados.
Ângelo
Zanetti estreou jogando na linha pelos boêmio-ferroviários em competições
oficiais, já que teve que contribuir fora da sua contra o Botafogo, no gol. Não
só estreou na linha como ainda começou jogando, atuando ao lado de Rodrigo
Dresch, cujo parceiro habitual no setor, Felipe Pacheco, foi deslocado para a
lateral esquerda em virtude da ausência de Nathan Silva. Na direita, Vinícius
Guimarães, que vinha sendo utilizado na meia-cancha, substituiu a Jefferson
Silva, outro importante desfalque. O meio-campo foi composto por apenas 3
homens, já que André Silva também não pôde jogar e não havia outros nomes para
serem utilizados na meia.
Marco Viola e Carlos Fernandez fecharam a cabeça da
área, e José Staudt ficou encarregado de fazer a ligação da defesa com o
ataque. Na frente, dois jogadores que não iniciaram contra o Borrachos, Fábio
Jorge e Leandro Silveira, mais Fernando Gutheil, que permaneceu como
centroavante.
Alguns
minutos se passaram até que a marcação começasse a ter algum efeito positivo
para o Expresso. Distantes entre si, os jogadores permitiam ao oponente
utilização de espaços que não deveriam existir, e a posse de bola do 11
Canarinhos foi maior neste período, porém sem grande profundidade.
Lentos
na troca de passes e sem muita movimentação, os jogadores expressanos
tornaram-se presas fáceis do adversário e não conseguiam encaixar jogadas de
perigo, já que atuavam em um sistema diferente do usual e não compensavam as
dificuldades com mais entrega.
Mesmo
assim, depois de falta sofrida por Fábio Jorge pelo lado esquerdo, o Expresso
abriu o placar em linda cobrança de José Staudt. Quase marcou o segundo com
Fernandez, que levantou para a área em falta lateral e ela passou por todos,
inclusive pelo goleiro, já fora da jogada, quicou na linha da pequena área e
passou por sobre o travessão.
Inexplicavelmente,
porém, os jogadores, à medida que o tempo passava, não melhoravam o
entendimento do esquema. Na frente, os avantes não marcavam, permitindo que os
oponentes progredissem despreocupadamente até o campo ofensivo. No meio, aberto
por conta da pouca participação dos atacantes no combate, sobrava sempre um ou
dois jogadores livres para partir em direção à área azulada, o que ocasionou
desgaste físico significativo aos responsáveis pela contenção.
A
saída de bola era problemática pelos lados, pois forçados demais os passes
longo para os atacantes. Deste modo, ela saía direto para o ataque, mas não
permanecia na frente quase nada, dando chances aos Canarinhos para voltarem a
possuí-la e obrigando o meio-campo e a defesa a se desdobrarem para evitar o
pior.
Dagoberto
Trento, por outro lado, praticamente não teve trabalho, uma vez que as
excelentes atuações de Dresch e Zanetti impediam lances claros contra a meta
boêmio-ferroviária, ainda que sofrendo muito com o assédio constante dos
rivais. Desarticulado pelas más atuações individuais, o time sofreu o tempo
todo sem ter o controle efetivo do jogo, apesar de sua maior qualidade técnica.
Na
segunda etapa a situação não se alterou significativamente. Enquanto o 11
Canarinhos tentava atacar desordenadamente, o Expresso corria a esmo pelo
gramado na tentativa de anotar o segundo gol e marcar os oponentes. Aí entrou
em cena mais um componente importante, que por pouco não decidiu a partida: o
vento. A tormenta rastejante impedia a saída do Expresso de trás, soprava areia
nos olhos dos atletas e impossibilitava que os passes longos, que ainda vinham
sendo utilizados, tivessem algum destino. E o zagueiro Rodrigo Dresch
lesionou-se aos 15 minutos, e aos 16, num cruzamento frontal para a área
azulada, o centroavante adversário ganhou no ar da defesa e a bola passou por
baixo de Trento, encontrando-se com as redes e tornando o embate dramático.
1x1.
O
tempo agora também era inimigo do Expresso, e passava rapidamente. A virada dos
Canarinhos parecia cada vez mais próxima, tal a instabilidade do time, que
tentava atacar sem nenhuma ordem e mantinha-se desguarnecido em praticamente
todos os setores, à exceção da zaga, que sustentava a igualdade.
Já
com Marciel Hein e Rodrigo Gladiador em campo fazendo companhia a Fábio Jorge,
e apesar da partida antológica de Viola, que brigava heroicamente, continuavam
aparecendo espaços para que o oponente viesse sem impedimentos lá de trás, e o
meio-campo era totalmente deles. Investiam, contudo, nos arremates de média
distância a favor do vento para tentar o gol que lhes daria os 3 pontos.
O
jogo tornou-se franco, e os dois quadros digladiavam-se na busca pela vitória.
O Expresso, apesar da desorganização sem precedentes, criou a melhor
oportunidade de todas, com Marco Viola, que recebeu de Marciel Hein e bateu na
saída do goleiro, bola que foi desviada pelo vento e perdeu-se pela linha de
fundo.
Até
que aos 32 minutos, quando Felipe Pacheco já havia melhorado de produção e
contribuía com a articulação das jogadas ofensivas, desafogando a saída de bola
e dando opções de jogada para os meio-campistas e atacantes, Marciel Hein, que
poucos minutos antes havia feito belíssimo lance e batido torto quase do bico
da pequena área, recebeu de Gladiador, limpou o adversário e ingressou
cegamente na área, em direção ao zagueiro. Quando este saiu para impedir
definitivamente seu avanço, Hein soltou uma bicanca na cara da redonda,
impulsionando-a furiosamente em direção à cabeça do goleiro, que não teve tempo
de reagir apesar do vento que soprava para o outro lado. O Expresso
desempatava, desestabilizava definitivamente o adversário e ganhava um jogo
duríssimo!
Aos
35, Gladiador dominou lindo passe de Fábio Jorge após cruzamento perfeito de
Felipe Pacheco, girou, e soltou o petardo que resultou no terceiro gol, e aos
38 Staudt cobrou nova falta e enganou o goleiro, marcando o quarto do Expresso
e fechando o placar minutos antes da tempestade mais devastadora da história do
Muradás, com granizo de 10 minutos, raios, trovões e chuva torrencial.
Expresso da Madrugada 4x1 11 Canarinhos
PT = 1x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 06/10/2012
Horário: 16h
Copa UEFA
Escalação: Dagoberto Trento –
Vinícius Guimarães, Rodrigo Dresch, Ângelo Zanetti e Felipe Pacheco; Marco
Viola, Carlos Fernandez e José
Staudt(C); Leandro Silveira, Fernando Gutheil e Fábio Jorge. (Marciel Hein e
Rodrigo Gladiador). DT: Martin Both.
Gols: José Staudt(2),
Marciel Hein e Rodrigo Gladiador.
4º gol do Expresso.
VAMO EXPRESSO !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário