quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Reversão de expectativa

Reversão de expectativa
Expresso perde as duas na rodada dupla e está eliminado da UEFA uma rodada antes do fim

O time tinha tudo para sair classificado dos jogos do último final de semana, e mobilizou-se completamente para obter duas vitórias que poderiam, inclusive, deixá-lo em condições de conquistar uma vaga entre os 4 melhores, o que lhe daria vantagem nas quartas de final. No entanto, mesmo utilizando as 7 modificações em cada um dos dois dias, a equipe foi batida tática e fisicamente pelos adversários, Pampa e Azenha, respectivamente, e os revezes decretaram a eliminação prematura dos expressanos da competição.

Equívocos básicos como lentidão, condução de bola e erros de passe impediram o Expresso no primeiro dia de sair com os 3 pontos contra o Pampa, que jogou atrás os 90 minutos apostando nos contragolpes. Em meio à segunda etapa o adversário abriu o placar em falha de posicionamento defensivo e o time não teve forças para pressionar com eficácia. Aos 49 minutos, no entanto, Cristiano de Souza aproveitou erro da zaga e girou no canto empatando o confronto, mas a arbitragem vergonhosa, que já havia assinalado pênalti inexistente contra o time no primeiro tempo, anulou o gol legal e impediu a igualdade.

Na segunda partida, contra o Azenha, os problemas foram ainda maiores, e incluíram, além dos erros anteriormente citados, as falhas de posicionamento defensivo, no meio de campo e de marcação, além dos erros individuais, que culminaram na derrota.

Artur Weiss e Pedro da Rocha se atrapalharam na saída de bola e permitiram ao Azenha recuperar a redonda e marcar o gol que abriu o placar no domingo. O segundo gol saiu de uma perda de posse no ataque, quando José Staudt, que entrava livre pela direita, tocou curta para Sílvio Cargnin, que não alcançou. No contra-ataque o Azenha ampliou com gol de cabeça atrás da marcação de Cristian Pheula. No terceiro, a atuação sempre idêntica do juiz ao assinalar pênalti absurdo contra o Expresso foi o fator determinante, e Mateus Trombetta, que havia salvo a penalidade de sábado, nada pôde fazer para impedir o gol. José  Staudt ainda descontou com um chute rasteiro de pé direito depois de tabelar com Geverton Ost e driblar o zagueiro dentro da área, mas, outra vez, a ação nefasta do apitador inviabilizou qualquer possibilidade azulada de vitória, visto que em erro bisonho do goleiro Cristiano de Souza tomou-lhe a bola dentro da pequena área e foi derrubado quando anotaria o segundo gol, pênalti absolutamente escandaloso e que resultaria na expulsão do guarda-metas, mas que não foi marcado inacreditavelmente pelo péssimo juiz (aliás, como quase todos) Maloqueiro, que já não havia assinalado penalidade máxima sobre Nathan Silva minutos antes. Vinícius Merlo, então, invadiu o campo para tirar satisfações, mas o time não teve forças para alcançar o resultado devido à insuficiência técnica.

O Expresso está fora da UEFA 2013 e agora fecha a competição contra o lanterna Bazar Mimo. Mas a sensação que fica é de que este grupo que se formou no segundo semestre alcançará melhores resultados a partir da temporada 2014, já mais experiente e entrosado.

Expresso da Madrugada 0x1 Pampa
PT = 0x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 23/11/13
Horário: 14h

Copa UEFA

Escalação: Mateus Trombetta –  Leandro Silveira, Cristian Pheula, Rodrigo Dresch e Nathan Silva; Ricardo Toscani, Fernando Gutheil, André Silva, Fernando Kahl e José Staudt(C);  Fábio Jorge (Artur Weiss, Bruno Rodrigues, Cristiano de Souza, Felipe Rodrigues, Jaílson Reinaldo, Pedro da Rocha e Vinícius Guimarães). DT: Vinícius Merlo.

Expresso da Madrugada 1x3 Azenha
PT = 0x2
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 24/11/13
Horário: 14h
Copa UEFA
Escalação: Mateus Trombetta –  Vinícius Guimarães, Cristian Pheula, Artur Weiss e Pedro da Rocha; Marco Viola, Bruno Rodrigues, Felipe Rodrigues, Cristiano de Souza e José Staudt(C);  Sílvio Cargnin. (Fernando Gutheil, Geverton Ost, Leandro Silveira, Marciel Hein, Nathan Silva, Ricardo Toscani e Tiago Lopes). DT: Vinícius Merlo.
Gol: José Staudt

Raio X da eliminação: como o Expresso ficou fora
Abaixo, algumas das razões que impediram o Trem Fantasma de seguir adiante na UEFA

-      ARBITRAGEM
Sete foram os jogos em que a equipe foi prejudicada pelo péssimo nível dos apitadores. No entanto, não apenas a desqualificação técnica foi responsável pelos prejuízos expressanos, mas algo mais, tendo em vista que jamais foi beneficiado, o que indica prevenção contra o clube. A lista de pontos perdidos é extensa, e, segundo o Placar Real, site especializado em analisar o trabalho dos juízes, o Expresso é o clube que mais sofreu com estes erros. Confiram a lista completa:

Aliança – Falta não marcada pelo juiz Adriano sobre o capitão José Staudt resultou no segundo gol do adversário, tirando o primeiro ponto do Expresso logo na estreia. Resultado – Um ponto perdido, 1x2;

All Blacks – No terceiro compromisso veio o segundo erro: Rodrigo assinalou falta ridícula de Rodrigo Gladiador na lateral da área, lance que resultou na abertura do placar pelo adversário logo aos 5 minutos. Resultado – Um ponto perdido, 1x2;

Corinthians – O time do organizador é sempre beneficiado, e contra o Expresso ainda mais. Nesta partida, Tony inverteu falta quando Cristiano de Souza arrancava livre do meio de campo para marcar o gol da vitória aos 45 do segundo tempo, e na cobrança desta infração o Corinthians chegou à virada. Na garra os boêmio-ferroviários ainda conseguiram um empate ainda mais tardio, e arrancou do adversário os dois pontos que lhe tiraram. Resultado – Dois pontos perdidos, 2x2;

PSG – Mais uma vez o Expresso saiu ganhando, e sofreu a virada por conta da arbitragem de Tony. No primeiro gol, falta inexistente de Nathan Silva apontada ao lado da área, cobrança que resultou no empate. Aos 48 do segundo tempo, com o time pressionando em busca do empate, a não marcação de impedimento escandaloso que resultou no terceiro gol. Resultado – Um ponto perdido, 1x3;

Mônaco – O oponente conseguiu a virada apenas nos acréscimos, depois de ter sido beneficiado por pênalti não marcado pelo árbitro Rodrigo sobre Felipe Rodrigues quando o jogo estava em 1x1. Resultado – Um ponto perdido, 1x2;

Pampa – Aos 49 do segundo tempo Cristiano de Souza teve um gol legítimo anulado, mesmo depois de Adriano ter inventado pênalti na primeira etapa defendido por Mateus Trombetta e não assinalar a mesma infração em favor do Expresso em lance idêntico. Resultado – Três pontos perdidos, 0x1;

Azenha – Maloqueiro garantiu definitivamente a eliminação do Expresso ao assinalar pênalti inexistente de Bruno Rodrigues que resultou no terceiro gol do oponente e, principalmente , ao não anotar duas penalidades a favor do Expresso, uma delas sobre Nathan Silva e a outra sobre Cristiano de Souza, que roubou a bola do goleiro dentro da pequena área e foi derrubado por trás, lance para cartão vermelho. Resultado – Três pontos perdidos, 1x3.

Total de Pontos Sonegados – 12;
Pontuação Real – 20 pontos;
Classificação Real – 2º.

-      PÉSSIMO APROVEITAMENTO DAS BOLAS PARADAS
Em anos anteriores um dos pontos fortes da equipe era o alto aproveitamento das cobranças de falta para a área e a gol, o que este ano simplesmente não ocorreu. Falta de força e de direção impediram que os avantes anotassem nos cruzamentos, e os tiros na barreira e para fora determinaram que nenhuma cobrança direta fosse aproveitada. O time fez apenas um gol de cabeça, anotado por Artur Weiss na estreia, e de lá pra cá praticamente não ganhou lances aéreos, fazendo outros dois gols em bate-rebates de levantamentos de falta em falhas defensivas de Corinthians (Leandro Silveira) e Borrachos (Marco Viola).

-      INEXISTÊNCA DE CONTRAGOLPES
Apenas um gol foi marcado em contra-ataques do Expresso, contra o ABC na segunda partida, jogada iniciada por Cristian Pheula, preparada por Geverton Ost e concluída por Thiago Silva. Lentidão na saída, falta de movimentação, excesso de condução de bola e erros de passe foram os principais fatores que levaram o time a perder uma de suas principais características.

-      SAÍDA LENTA DE TRÁS
Devido à característica de seus jogadores, o Expresso teve dificuldades em sair de trás com qualidade e velocidade. Possui apenas primeiros-volantes em seu plantel, e afora José Staudt, meia que eventualmente joga nesta função, não tem chegada à frente com nenhum outro jogador na função. Bruno Rodrigues foi testado no setor nos últimos jogos para tentar alterar o panorama, mas ainda requer maior noção tática. O problema impediu que a bola chegasse à frente em melhores condições, dificultando que o time surpreendesse os adversários. Além disso, a excessiva condução de bola de alguns de seus armadores prejudicaram o aproveitamento dos lances ofensivos, resultando em jogadas sem criatividade, geralmente previsíveis e suscetíveis à perda da posse de bola.

-      CONDICIONAMENTO FÍSICO PRECÁRIO
Pouquíssimos atletas do elenco tem condições físicas de jogar em bom nível 90 minutos, além de alguns dos jogadores não terem condições de manter a mesma intensidade sequer por 45. Este, por exemplo, foi um dos fatores determinantes para que a equipe encontrasse dificuldades em imprimir o ritmo esperado na rodada dupla do último final de semana, onde o Expresso compareceu com quase 20 jogadores em cada um dos dias, promoveu as 7 alterações permitidas em cada um dos dois jogos e mesmo assim não teve vigor suficiente para conquistar nenhum ponto em 6 disputados contra adversários defasados numericamente e cansados, tendo, inclusive, sido batido fisicamente pelo Azenha no domingo, que possuía apenas um reserva.

-      DESORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A temporada de 2013 não foi boa para o clube desde o início do ano. A falta de uma direção atuante, troca-troca de funções e transferência de responsabilidades desde a Copa Farroupilha influenciaram diretamente no rendimento da equipe, desassistida externamente. O não comparecimento em algumas reuniões-chave, em especial o congresso técnico que definiu fórmula, horário dos jogos e regulamento geral é um dos exemplos de como o clube demorou para entrar nos eixos, já tendo, neste período, passado por toda uma reformulação de elenco que pouco teve a ver com a diretoria e seus principais colaboradores. Desde a primeira partida o Expresso foi prejudicado pelas arbitragens, numa clara demonstração de falta de respeito dos organizadores para com o clube, visto que não fazia diferença nenhuma para a competição se os boêmio-ferroviários seriam desrespeitados ou não dentro de campo pelos responsáveis pela manutenção da ordem.

Com dificuldade a comissão técnica e a diretoria buscaram compensar o ocorrido com mais aparições que no primeiro semestre, e mesmo que o mal já estivesse feito conseguiram neutralizar parcialmente o pior, e dos oito pontos conquistados pelo time sete foram ganhos na presença do treinador Vinícius Merlo, que foi conhecendo mais de perto as características do grupo apenas com a competição em andamento, o que o impossibilitou de colocar em prática um pouco mais de suas ideias e atrapalhou o entrosamento do elenco com o comando.

Reflexo imediato deste distanciamento com a retaguarda administrativa é visível pela falta de eventos de confraternização do Expresso em 2013, sem nenhum churrasco após os jogos mesmo tendo atuado duas vezes às 10h e pelo menos mais uma ao meio-dia.

No entanto, estão lançadas as bases para uma ótima temporada em 2014. Com um grupo renovado e muito mais jovem, que demonstrou comprometimento com o clube e sua filosofia, a tendência é que o time renda muito melhor dentro e fora de campo, agora mais experiente e com a bagagem de uma competição oficial nas costas. Com uma diretoria mais presente e uma comissão técnica atuante, como foi nos últimos jogos do certame, espera-se que desde a pré-temporada possa-se estabelecer uma linha de atuação mais encorpada, com um grupo mais coeso e ciente de suas qualificações e pontos fracos, a serem trabalhados desde a volta às atividades visando a disputa da Copa Farroupilha. Com a qualidade demonstrada pelo elenco, a presença de jogadores mais experientes e a retaguarda atenta, seguramente o Expresso tem tudo para retomar a caminhada em busca de disputa de títulos e grandes jogos, o que por pouco não aconteceu já neste ano em que tantos problemas foram identificados.


Expresso 2013: resgate do comprometimento e da filosofia do clube.



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