Na senda
da Revolução
Trinta e um de dezembro de
1958, Hotel Capri, 23h30. Enquanto bailam desajeitados ao som da rumba, taças
de espumante na mão, poucos são os mafiosos estadunidenses que desconfiam de
que sua festa em terras cubanas se aproxima do fim. Às portas da cidade de
Havana, vindo da vitória épica em Santa Clara, Ernesto Guevara, o Che, avança
com sua coluna para render a ditadura sanguinária de Fulgêncio Batista, que
neste horário já decola rumo a Miami onde será recebido por seus comparsas do país
vizinho. Um pouco mais atrás, o líder máximo da Revolução, Fidel Castro Ruz,
chega para fechar definitivamente o ciclo de exploração a Cuba iniciado com a
colonização espanhola, ainda no século XV.
Mais de meio século depois,
reunidos à beira do gramado, os expressanos deliberam. São 11h55 do dia do
trabalhador, 2014, e discutem a continuidade do movimento. Podem voltar a
defender, apenas; ou seguir atacando. O time vem perdendo, mas, fora o primeiro
tempo da partida contra o Mimo, jogando bem. Vão enfrentar o vice-líder da
competição, invicto, 4 vitórias em 5 jogos. Decidem seguir em frente: de
derrota em derrota, até a vitória final! Para a desigual contenda sobravam
apenas 13 guerrilheiros, número ínfimo se comparado com o de combatentes
inscritos, mas quase a mesma quantidade de heróis que haveriam de reconquistar
a maior ilha caribenha contra todas as forças e prognósticos. Com a dissidência
afastada, era revolução ou morte!
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Che e os atletas do Madureira, do Rio de Janeiro: clubes comunistas.
Depois do descanso, que
serviu para reavaliar a situação em que se encontrava a pelea e discutir as
melhores alternativas para frear uma eventual reação, o Expresso retornou
disposto a não permitir que o sofrido povo cubano fosse novamente subjugado por
aqueles que deveriam zelar pelo seu bem-estar. Imbuídos do mais alto sentimento
patriótico-revolucionário, dariam o sangue para manter as conquistas obtidas
com tanto sacrifício e, apesar do cansaço, seguiram atuando ativamente na
contenção do rival e fustigando-o briosamente quando este abrisse o flanco. Foi
assim que Ost, novamente (o seu terceiro no jogo - https://www.youtube.com/watch?v=ZBoqCDSrWi8) ampliou ainda mais a vantagem ferroviária ao colocar por cobertura da
entrada da área e praticamente definir a vitória dos rebeldes.
Nem as mais precárias
condições em que se encontravam alguns de seus homens, como Rocha, que saiu
sentindo cãibras para ser substituído por Ricardo Toscani, que nem caminhar
podia, foram motivo para uma queda de performance, e a defesa permaneceu tão
segura quanto estava nas primeiras escaramuças. Carlos Fernandez já havia
também tomado parte no conflito com grande eficácia ao ingressar para a saída
de Vinícius Guimarães, abatido pela cirrose.
No lance derradeiro do
combate o Gaudério anotou o seu gol, um arremate indefensável para Mateus
Trombetta, nome memorável do encontro. E tão logo soou o apito definitivo,
semelhante a um silvo de saudação aos obreiros pelo alcance da meta de produção
açucareira ou metalúrgica anual, foi dado início às comemorações pelos novos
dias na terra da madrugada.
A revolução continua! A
história nos absolverá. De derrota em derrota, até a vitória final!
Vitória da Revolução!
Expresso da Madrugada 3x1
Gaudério
PT = 2x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 1°/05/14
Horário: 12h
Copa Farroupilha
Escalação: Mateus Trombetta
– Pedro da Rocha, Cristian Pheula, Artur Weiss(C) e Nathan Silva; Marco Viola,
Vinícius Guimarães, André Silva e José Staudt; Geverton Ost Bruno Rodrigues.
(Carlos Fernandez e Ricardo Toscani). DT: Martin Both e José Staudt.
Gols: Geverton Ost.
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