Coruja surpreende Deportivo
Vitória por 2x1 garante primeiros três pontos na
Copa
Bento Gonçalves e alça equipe ao G4
O
jogo teve dois tempos absolutamente distintos. No primeiro, o domínio total foi
da meia-cancha do Expresso, que trabalhou a bola de pé em pé, alternando os lados
e a velocidade das jogadas de maneira consciente. Saindo com qualidade por
ambos os flancos com Vinícius Guimarães e Renato Signori, achava espaços para
realizar a armação ao encontrar André Silva e José Staudt sempre em condições
de pensar o jogo.
A
contenção era perfeita, e Mário Arla e Gustavo Reichert não permitiam ao
Deportivo avanço algum. Mais atrás, Rodrigo Dresch e Fernando Gutheil conseguiam
neutralizar o ataque contrário.
A
movimentação ofensiva azulada abria brechas na retaguarda adversária, com Fábio
Jorge e Rodrigo Veiga levando vantagem nos lances individuais, e tendo a
companhia dos articuladores nas triangulações. Com isso, a primeira situação de
perigo não tardou a aparecer, e ocorreu quando Jorge driblou o zagueiro pela
direita e bateu firme, no chão, para grande defesa, com o pé, do goleiro. Na
sequência, Staudt assustou em duas cobranças de falta, e Veiga, em rebote, onde
atirou por baixo, mas a zaga conseguiu cortar.
Aos
30 minutos, Mário Arla recebeu pela meia direita de Fábio Jorge, que roubou a
bola na saída de jogo do Deportivo, e rolou com perfeição para José Staudt na
meia-lua. Em projeção, este dominou já limpando o primeiro, escondeu a bola do
segundo com um toque curto e, na saída do goleiro, apenas desviou para o canto,
abrindo o placar para o Expesso.
Com
o 1x0, nada mudou na partida. Dagoberto Trento, arqueiro estreante em jogos
oficiais, mas que já havia atuado pelo clube no amistoso vencido por 5x3 em
Ivoti contra o Findicarreira, praticamente não tocou na bola nos primeiros 45
minutos, fruto do bloqueio defensivo perfeito.
O time continuou valorizando a
posse de bola na frente, e Guimarães ainda atirou com veneno uma sobra da
intermediária, mas ela passou à esquerda da meta.
Nos
minutos finais o Deportivo ainda teve um homem expulso por jogada de basquete,
onde o defensor, sem constrangimentos, deu um tapa na bola para parar
lançamento perfeito de Silva para Jorge quando ela ia caindo às suas costas,
evitando, assim, que este ficasse cara a cara com o goleiro e marcasse o
segundo gol.
Já
a etapa complementar reservava muitas emoções para a retaguarda expressana. O
Deportivo, perdendo e com um homem a menos, agigantou-se no gramado contando
com o relaxamento da marcação do Expresso, e passou a ameaçar com levantamentos
e jogadas pelos flancos.
Mesmo
assim o jogo manteve-se equilibrado, e aos 15 minutos Fábio Jorge, recebendo no
comando após excelente manobra coletiva, limpou dois adversários e tocou na
saída do arqueiro, ampliando o placar para 2x0.
Entretanto,
o time parou. O cansaço gradual possibilitou ao oponente encontrar espaços onde
até então não havia. Concedendo liberdade excessiva aos adversários, abriu-se
defensivamente, mesmo com um a mais, o que gerou instabilidade e fortaleceu o
ímpeto do rival. Dagoberto Trento começou a ser exigido, e realizou algumas
intervenções importantes. Mas mesmo assim a melhor oportunidade de gol foi do
Expresso, que só não matou o jogo porque Veiga, tocando na saída do goleiro
depois de receber lindo passe de André Silva, acertou a trave e a bola
perdeu-se pela linha de fundo.
Já
com Felipe Pacheco na esquerda e a inversão de Signori devido à saída de
Guimarães, o setor canhoto ficou mais bem compactado, com saídas inteligentes e
solidez defensiva. A equipe, entretanto, de modo geral acelerava o ritmo, o que
não interessava, errando passes, perdendo bolas e possibilitando contra-ataques
que só não resultaram em gols graças à atuação perfeita dos zagueiros e
volantes, agora com Carlos Fernandez no lugar de Arla.
Marciel
Hein substituiu a Jorge, também extenuado. Esforçou-se comoventemente na
marcação, contribuindo para que a pressão não fosse maior, tentando segurar a
bola no setor ofensivo. Outro que ajudou bastante atrás foi André Maders. Na
lateral direita, conseguiu diminuir a freqüência com que o Deportivo explorava
o setor.
O
oponente, todavia, mostrando garra digna de suas tradições, não se entregava, e
quase anotou em dois chutes de fora da área em que não encontrou combatentes.
No primeiro, Trento voou e não pôde alcançar o disparo, que explodiu no
travessão e voltou para a área, com o atacante incrivelmente perdendo a chance
traído pelo quique da bola. No segundo, ainda conseguiu desviar. Ela, então,
bateu novamente no travessão e foi despachada pela defesa. Em ambas o
adversário poderia ter obtido mais sucesso não fosse a insistência em jogar com
a bola murcha, o que tirou a precisão dos arremates, bem como das cobranças de
faltas e escanteios das duas equipes ao longo do embate.
Aos
46 minutos, Adriano absurdamente inventou pênalti contra o Expresso depois de
inverter falta sobre o goleiro Trento, que foi abalroado pelo adversário ao
sair para cortar de soco cruzamento da direita. Foi ainda agraciado com um
cartão amarelo, prova do bom senso e aptidão técnica da arbitragem. Na
cobrança, ainda tocou na bola, mas não conseguiu evitar que o Deportivo
descontasse e desse números finais ao jogo.
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Both
trabalhando: felizmente pneus não foram necessários para voltar a andar nos
trilhos.
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Expresso
da Madrugada 2x1 Deportivo
PT = 1x0
Local: CT Muradás, Canoas
Data: 24/03/2012
Horário: 10h
Copa Bento Gonçalves
Escalação: Dagoberto Trento; Vinícius
Guimarães, Rodrigo Dresch, Fernando Gutheil e Renato Signori; Gustavo Reichert,
Mário Arla, José Staudt(C), André Silva e Rodrigo Veiga; Fábio Jorge. (André
Maders, Carlos Fernandes, Felipe Pacheco e Marciel Hein). CT: Martin Both.
Gols: Fábio Jorge e José Staudt.
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