Por José Staudt
Com
trilho ou sem trilho, vamos passar!
Equipe demonstra potencial sólido para avançar, mas os resultados ainda não surgiram
Pela segunda partida consecutiva na Farroupilha o Expresso dominou amplamente o adversário, desta feita o Racing, mas saiu de campo com um placar inesperado. A derrota por 4x2 ainda mantém o time na zona de classificação à etapa seguinte, e o jogo deste sábado, 15h30 ante o Pirapora, é decisivo por tratar-se de adversário direto, que pode ser deixado para trás com uma vitória.
Bem colocados em campo, com posicionamento avançado e toque de bola consciente, os comandados do agora promovido Vinícius Guimarães, ex-auxiliar técnico e meia expressano, exerciam forte predomínio territorial e chagavam com facilidade ao ataque nos movimentos iniciais do encontro. Depois de tentar pelos dois lados, foi em lance de infiltração que Cristian Pheula foi derrubado nas proximidades da meia-lua, um pouco mais pela direita. Carlos Fernandez e José Staudt posicionaram-se para a cobrança, executada por Staudt contra o arco, goleiro que já saiu batido para a bola. Ela explodiu no travessão e caiu um passo à frente da linha fatal, sobrevoando no retorno a cabeça de Pablo Figueroa e sendo rechaçada pela defesa no que já poderia ter sido a abertura do escore pelos boêmio-ferroviários.
Melhor que o Racing, conquistando escanteios e faltas laterais, o quadro sofreu duro golpe quando Marco Viola, famoso por seu curioso caso de rejuvenescimento diário, teimou em segurar demais a esfera em frente à área, perdendo-a para o atacante contrário e possibilitando ao Racing que fizesse 1x0.
Sem se abater, a representação noctívaga continuou martelando o oponente, variando as jogadas de um flanco ao outro. Marco Viola já havia quase anotado em cabeceio no segundo pau quando, em movimentação antológica, com a participação dos três setores, o time chegou pela direita depois que Paulo de Tarso serviu Leandro Silveira em progressão, já na intermediária alviazul. Com precisão milimétrica, o irmão quadrigêmeo de Viola, Martin Both e Fabiano Buzzetto levantou na medida para Pheula subir entre os zagueiros e testar para o meio do gol, empatando o jogo em 1x1.
Depois do tento o Expresso apertou ainda mais, e em duas oportunidades vivíssimas desperdiçou a chance de virar o embate, o que teria sido valiosíssimo para dar maior tranquilidade na etapa complementar. Cristian Pheula foi quem teve o gol à feição, primeiro ao passar em velocidade pelo zagueiro e concluir sobre o goleiro da entrada da pequena área, e depois ao bater a linha de impedimento, driblar o guarda-metas e arrematar fraco, perdendo o gol devido à recuperação do defensor, que salvou sob os paus.
A retaguarda estava bem postada e poucas foram as vezes em que o Racing preocupou, mas quando o fez Mateus Trombetta interveio com segurança.
No segundo tempo, contra o vento e com muitas trocas, o Expresso demorou para se encontrar, e antes que pudesse fazê-lo levou o segundo, gol de contragolpe rápido que ainda tocou em Viola antes de entrar.
Se assentando aos poucos e entrando no ritmo da partida, os suplentes passaram a dar novo fôlego ao Trem Fantasma, com Rodrigo Fábio pela lateral direita e Pedro Fernandes mais à frente, pela esquerda. E logo em seguida, em mais uma carga trabalhada de um lado para o outro, Felipe Rodrigues trouxe a redonda para o miolo, passando por dois adversários e tentando o passe às costas da defesa para José Staudt. O zagueiro conseguiu o corte, mas ela caiu para Cristian Pheula, que recolheu, segurou e, aí sim, achou Staudt livre na linha da zaga. O meia boêmio adiantou-a e desceu o pé, fazendo-a atravessar o goleiro no meio do gol, repondo a igualdade no placar.
O jogo pendeu novamente para o Expresso, agora mais do que nunca em busca da virada. Com o cansaço de Tarso, Allison Raupp, que entraria no lugar de José Staudt, substituiu ao cabeça de área e passou a fazer companhia a Sérgio Raupp na meia, com Dartagnan Toscani no comando de ataque e Cristiano de Souza na direita, mais pelo flanco. Surpreendentemente, porém, o Racing conseguiu pular na frente de novo em gol de falta inexistente que contou com a ajuda do vento, chute que saiu bem no cantinho e foi ainda rebatido por Trombetta, mas não o suficiente para desviá-la da meta. O goleiro azulado bateu-se contra o poste e desabou sangrando, imediatamente socorrido pelos companheiros com um corte substancial na cabeça. Precisando de cuidados médicos, foi substituído por Araldo Neto e encaminhado ao HPS.
Por este motivo Mateus Trombetta não estava presente quando o Racing conseguiu, depois de escapar de grande pressão por mais de 15 minutos, em que o Expresso martelou, lançou bolas sobre a área, e teve um pênalti a seu favor não marcado, matar o jogo em contra-ataque velocíssimo pela esquerda, fechando a contagem em 4x2. Estava presente, no entanto, na hora da cerveja, apesar de recomendações médicas em contrário.
Expresso 2x4 Racing
PT = 1x1
Local: CT Muradás, CanoasData: 21/03/15
Horário: 11h30
Copa Farroupilha
Mateus Trombetta – Leandro Silveira, Marco Viola(C), Pablo Figueroa e Nathan Silva; Fernando Gutheil, Carlos Fernandez e José Staudt; Felipe Rodrigues, Cristian Pheula e Nicholas Zucchetti. (Allison Raupp, Araldo Neto, Cristiano de Souza, Dartagnan Toscani, Paulo de Tarso, Pedro Fernandes, Rodrigo Fábio e Sérgio Raupp). Douglas Lobi, Rafael Trombetta e Ricardo Toscani. DT: Vinícius Guimarães e José Staudt.
Gols: Cristian Pheula e José Staudt.